Depois da indisposição, Marcelo manteve agenda do dia e cancelou eventos até domingo

Presidentes da República já por várias vezes tiveram indisposições quando participavam em eventos públicos.

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Presidente da República à saída do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Um dia depois de se ter sentido mal, tendo desmaiado após uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no Campus da Costa da Caparica, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manteve a agenda prevista para esta quinta-feira, sem eventos públicos conhecidos.

O chefe de Estado promulgou hoje dois diplomas do Governo, um que altera o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, para enquadrar a aplicação da metodologia de adaptação das áreas prioritárias de prevenção e segurança, e outro que procede à alteração das normas de execução do Orçamento do Estado para 2023.

Fonte da Presidência da República disse ao PÚBLICO que a agenda de Marcelo Rebelo de Sousa para sexta-feira, que previa deslocações ao Porto e a Aveiro, e no domingo a Tomar, foi cancelada por precaução, mantendo as audiências agendadas para o Palácio de Belém.

Para sexta-feira, o Presidente previa deslocar-se ao Porto para uma iniciativa inserida nas comemorações do centenário da morte de Guerra Junqueiro e a Aveiro para o Encontro Ciência 2023, e para domingo estava agendada uma deslocação a Tomar para a Festa dos Tabuleiros.

Nesta quarta-feira, o chefe de Estado desmaiou após uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no Campus da Costa da Caparica, tendo sido encaminhado para o Hospital de Santa Cruz, onde permaneceu durante quatro horas, tendo saído ao início da noite.

À saída do hospital, Marcelo falou aos jornalistas para garantir garantir que se sentia "muito melhor", admitir que o desmaio tinha sido causado por uma "quebra de tensão repentina", talvez decorrente​ da mistura de uma bebida nutricional consumida ao almoço com um "moscatel quente", e até brincar com a mensagem que transmitiu ao primeiro-ministro quanto António Costa lhe ligou para saber da sua condição: "Olhe, dou-lhe uma tristeza, ainda não é desta que eu morro.”

Marcelo Rebelo de Sousa não é o primeiro Presidente da República a passar por uma indisposição em público, já que também os ex-presidentes Cavaco Silva e Jorge Sampaio tiveram quebras de tensão quanto participavam em eventos públicos. O actual chefe de Estado teve nesta quarta-feira um desmaio que o obrigou a interromper uma visita à Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Jorge Sampaio e Cavaco Silva também tiveram episódios idênticos no exercício das suas funções como chefes de Estado, e Marcelo, além da indisposição que sofreu nesta quarta-feira, já protagonizou uma situação parecida, em Junho 2018, depois de ter visitado o Santuário do Bom Jesus, em Braga, num dia de calor excessivo. Há cinco anos, Marcelo desmaiou e, segundo explicou na altura, tal terá sido provocado por uma intoxicação alimentar que lhe causou desidratação. Na altura, o Presidente foi transportado pelos seguranças para um hotel próximo, e, mais tarde, seria observado no hospital de Braga.

Cavaco desmaia no 10 de Junho

Marcelo contou aos jornalistas que desta feita o desmaio "foi muito curto, comparado com o de Braga”, e aproveitou para agradecer o "socorro das bombeiras da Trafaria”, que foi "impecável", assim como para salientar a "prova de excelência [dada pelo] Serviço Nacional de Saúde".

O que se passou com o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, em Junho de 2014, foi um pouco mais aparatoso, uma vez que se tratava de uma cerimónia de Estado. O então Presidente da República discursava na sessão comemorativa do 10 de Junho, na Guarda, quando começa a sentir-se mal e a sua voz se torna imperceptível. Foi levado em braços e deitado no chão, recebendo assistência de bombeiros do INEM e da sua equipa médica pessoal. Cavaco teve uma reacção vagal (expressão usada para descrever um desmaio ou princípio de desmaio) da qual recuperou rapidamente, não tendo perdido a consciência.

Pouco depois, a cerimónia fora retomada e Cavaco Silva concluiu a sua intervenção, marcada por gritos de “Governo para a rua”, vindos de uma zona do público em frente à tribuna principal.

Essa não foi a primeira vez que Cavaco Silva desmaiou em cerimónias de Estado. Em 1995, quando se despedia do cargo de primeiro-ministro e passava a “pasta” ao socialista António Guterres, o social-democrata desfaleceu na cerimónia na Sala dos Embaixadores do Palácio da Ajuda, tendo sido amparado pelas pessoas que o rodeavam.

Jorge Sampaio, que foi Presidente da República entre Março de 1996 e Março de 2006, também teve o seu momento de indisposição devido a uma quebra de tensão durante durante a inauguração de um estabelecimento de ensino. Em Dezembro de 2004, Jorge Sampaio foi obrigado a cancelar uma deslocação ao Algarve, tendo regressado a Lisboa por conselho médico, depois de ter inaugurado uma escola em Pinhal Novo, Setúbal. Sampaio foi assistido no local por elementos do INEM.

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