“Herança” de 20 mil euros para todos os jovens: a proposta mais falada da campanha em Espanha

A proposta surge em plena campanha eleitoral para as legislativas de Julho. Segundo Yolanda Díaz, o dinheiro seria utilizado para pagar estudos, investimentos ou criação de negócios.

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Os 20 mil euros podem ser usados em formação ou criação de um negócio próprio Helena Lopes/Unsplash
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A ministra do Trabalho e Economia Social de Espanha e candidata às eleições legislativas de 23 de Julho, Yolanda Díaz, apresentou, no início desta semana, uma proposta para dar 20 mil euros a todos os jovens do país assim que chegam aos 18 anos, uma proposta a que chama herança universal.

Segundo a ministra e segunda vice-presidente do Governo, que é candidata pelo partido de esquerda Sumar, a medida destina-se a “garantir a igualdade de oportunidades”. O dinheiro, por sua vez, seria distribuído anualmente até ao ano em que os jovens completem os 23 e só poderia ser utilizado para pagar os estudos, realizar investimentos ou criar um negócio próprio.

Além disto, reforçou em entrevista ao jornal El Mundo, o Governo estaria a par destas actividades.

A “herança universal” seria distribuída de igual forma a todos os jovens independentemente da situação económica e seria financiada pelos impostos "das grandes fortunas", pagos pela população espanhola que aufere rendimentos mais elevados — ou seja, todos os que recebem três milhões de euros (ou mais) por ano. Segundo a ministra, com esta tributação seria possível arrecadar dez mil milhões de euros por ano, que beneficiariam 500 mil pessoas.

“Trata-se de deixar os jovens terem um futuro e dar-lhes a oportunidade de estudar ou começar um negócio sem que isso dependa dos sobrenomes ou da família”, declarou Yolanda Díaz, citada pelo The Guardian numa sessão com jornalistas estrangeiros que aconteceu esta quarta-feira em Madrid.

No entanto, a ideia está a ser questionada dos dois lados da bancada parlamentar. O conservador Partido Popular (PP) aconselha a ministra a focar-se na resolução dos problemas mais urgentes no país, como a elevada taxa de desemprego, a mais alta da Europa, de acordo com os dados do Eurostat. Já a ministra dos Assuntos Económicos de Espanha e vice-presidente do Governo, a socialista Nadia Calviño, questiona como funcionaria a proposta na prática.

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