Stoltenberg pressiona Turquia a ratificar adesão da Suécia à NATO

No final de uma reunião “produtiva”, mas inconclusiva, o secretário-geral da NATO informou que vai promover um encontro entre os líderes dos dois países na véspera da cimeira da aliança atlântica.

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Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO EPA/OLIVIER MATTHYS
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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, ainda tem esperança de poder anunciar o acordo da Turquia à entrada da Suécia na aliança atlântica durante a cimeira de Vílnius, na próxima terça e quarta-feira.

“Este é o momento certo para a Suécia entrar”, pressionou o líder da NATO, informando que marcou um encontro entre o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson​, para a véspera da cimeira, em mais uma tentativa de ultrapassar o actual bloqueio.

Jens Stoltenberg fez uma curta declaração aos jornalistas, no final de uma reunião com responsáveis da Suécia, Finlândia e Turquia, no quartel-general da NATO, em Bruxelas — um encontro “produtivo”, mas inconclusivo, que não abalou a sua confiança. “O que é importante é termos um desfecho positivo na próxima semana”, afirmou.

Recorde-se que no ano passado a Suécia e a Finlândia decidiram abandonar a sua histórica postura de neutralidade militar, e formalizar candidaturas para a adesão à NATO, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. Na cimeira de Madrid, os líderes aliados responderam afirmativamente ao pedido e formalizaram o convite.

O processo de integração efectiva na aliança deveria ter sido simples, tendo em conta o alinhamento de princípios e valores democráticos, o nível de compromisso e investimento em segurança e defesa e ainda a total a interoperabilidade das respectivas forças armadas com a NATO.

Mas a Turquia levantou objecções e exigiu contrapartidas para ratificar a entrada da Suécia e da Finlândia. Os três países assinaram um memorando de entendimento, comprometendo-se a executar uma série de acções para responder aos “problemas de segurança” invocados pela Turquia, incluindo um mecanismo de reforço da cooperação trilateral para o combate ao terrorismo, crime organizado e outros “desafios comuns”.

Em Abril, o Presidente turco deu por cumpridas as condições impostas a Helsínquia, e ratificou a adesão da Finlândia, que fez crescer em mil quilómetros a fronteira da NATO com a Rússia. “A entrada da Finlândia na nossa família alterou as regras do jogo da nossa segurança colectiva. Agora queremos completar esse processo de defesa da região do Árctico e do Báltico, que é do máximo interesse para todos os aliados”, sublinhou Jens Stoltenberg, insistindo que “chegou o momento para a Suécia entrar”, sublinhou.

O secretário-geral da NATO refutou o entendimento de Ancara e atestou que o Governo de Estocolmo também já cumpriu os compromissos que assumiu no âmbito do memorando assinado com a Turquia. “A Suécia emendou a Constituição, introduziu nova legislação antiterrorismo, removeu as suas restrições de exportação de armamento para a Turquia e reforçou a sua cooperação em acções de contra-terrorismo contra o PKK [grupo guerrilheiro curdo designado como uma organização terrorista]”, enumerou.

Stoltenberg censurou as manifestações contra o Corão e a Turquia que têm decorrido em várias cidades da Suécia, e que “têm por objectivo impedir a entrada do país na NATO e enfraquecer a aliança”. São acções que favorecem aqueles que estão interessados na divisão da NATO: o PKK e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, apontou.

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