Ana Paula Bernardo, a discreta sindicalista “geradora de consensos”
Relatora do inquérito à TAP é considerada uma profissional “muito competente”. Já trabalhou com Marcelo, e Costa convidou-a para deputada.
A discreta deputada do PS Ana Paula Bernardo, que o Parlamento escolheu para elaborar o relatório da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à tutela política da gestão da TAP, é economista, tem 54 anos, e assumiu este desafio “com o compromisso de fazer um trabalho rigoroso”.
Especializada em legislação do trabalho, Ana Paula Mata Bernardo estreou-se como deputada pelo PS nas eleições legislativas de Janeiro de 2022, mas a sua carreira passa muito pela União Geral de Trabalhadores (UGT), tendo aí ocupado as funções de secretária-geral adjunta, quando Carlos Silva era secretário-geral. Antes tinha trabalhado com o antigo secretário-geral da UGT João Proença, e é com ele que a sua carreira profissional começa.
“A Ana Paula é uma profissional determinada, rigorosa, dedicada, muito competente (no sentido do conhecimento das matérias), é discreta e é também geradora de consensos.” É assim que Carlos Silva a descreve. Os elogios são também extensivos ao plano sindical. “É uma excelente dirigente sindical, ligada às problemáticas da concertação social das matérias que envolvem os trabalhadores e as empresas”, acrescenta.
As qualidades da economista, sublinha, encaixam-se na exigência do trabalho a que deitou mãos por estes dias. “Não me admira que tenha sido convidada pelo PS para esta função, até porque a Ana Paula me acompanhou sempre nas reuniões da concertação social porque também tinha, e tem, uma perspectiva dos problemas dos trabalhadores, mas também dos problemas das empresas e, no caso da CPI, tem que ver com uma empresa de destaque no panorama nacional e com a sua futura privatização”, frisa o ex-dirigente da UGT, que viu nesta escolha o reconhecimento do trabalho da sindicalista.
A sua experiência na área do sindicalismo abriu-lhe as portas da Presidência da República, onde foi consultora da Casa Civil do Presidente da República para a área do trabalho, entre 2016 e o final de Março do ano passado, altura em que entrou para o Parlamento. O seu nome foi recomendado pelo ex-secretário-geral da UGT, após pedido de sugestão feito por Marcelo Rebelo de Sousa ao sindicalista.
Ana Paula Bernardo foi também membro da Comissão Permanente de Concertação Social e do Conselho Económico e Social, vice-presidente da Comissão Especializada Permanente Interdisciplinar para Natalidade do CES; e membro do Conselho Superior de Estatística.
O secretário-geral do PS, António Costa, convidou-a para ser deputada, tendo integrado a lista pelo círculo do Porto, ocupando o sexto lugar na lista encabeçada pelo independente Alexandre Quintanilha.
Além da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, a economista integra também as comissões de Assuntos Europeus (suplente); Orçamento e Finanças; e Trabalho, Segurança Social e Inclusão (vice-presidente).
Também como militante do Partido Socialista, é discreta. Não se conhece grande actividade política, embora participe em iniciativas que o partido promove e para as quais é convidada.