Incêndios: militares do Exército protegem floresta em Boticas durante o Verão
Acção dos militares dura até final de Setembro. O património florestal de Boticas inclui uma grande mancha contínua de pinheiro-bravo.
Militares do Exército vigiam diariamente as florestas do concelho de Boticas no Verão, um protocolo que se repete desde 2018 com "bons resultados" na prevenção de incêndios e dissuasão de maus comportamentos, foi hoje anunciado. "É de extrema importância este protocolo", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Boticas, concelho no Norte do distrito de Vila Real.
Fernando Queiroga destacou os "bons resultados" da cooperação entre o município e o Regimento de Infantaria 19 (RI19), em Chaves, nos anos anteriores a nível da prevenção de incêndios e da pedagogia. "Também serve de dissuasão para que as pessoas não façam algo indevido. A presença deles não é só uma questão de patrulha, estão pelas várias povoações, conversam com as pessoas, é a tal pedagogia", afirmou.
A colaboração entre a autarquia e os militares tem como "principal objectivo intensificar o patrulhamento da floresta entre os meses de Julho e Setembro, período mais crítico e de maior risco de incêndios florestais, por forma a diminuir a probabilidade de ocorrência de fogos". O patrulhamento arrancou no sábado, prolonga-se até 30 de Setembro e visa, precisamente, a "defesa do património florestal e a manutenção das condições de vida das populações".
Por Boticas, o património florestal inclui uma grande mancha contínua de pinheiro-bravo. "Temos investido muito dinheiro na floresta e é um património riquíssimo que o concelho tem e que, depois de muitos anos de abandono por completo, agora temos investimento e está muito bem cuidada a nossa floresta e, portanto, temos de fazer tudo na prevenção para que não se destrua este património", salientou Fernando Queiroga. Acrescentou, ainda, que a floresta local é uma mais-valia para as comunidades, que dela tiram rendimento, e para o ambiente, mas é também uma das preocupações com que se deita todos os dias.
Por isso, além da patrulha dos militares por itinerários predefinidos e coordenados com o posto da GNR e o comandante dos bombeiros, também estes operacionais e as brigadas de sapadores florestais se espalham pelo terreno. "Além disso, ainda temos umas câmaras de vigilância estrategicamente colocadas em sítios mais críticos, que são monitorizadas pela Polícia Judiciária (PJ), o que nos vai descansando um pouco", referiu o presidente.
Em 2022, Boticas teve dois incêndios de média dimensão que entraram no concelho vindos dos municípios vizinhos de Ribeira de Pena e de Montalegre.
O protocolo de colaboração com o Exército, que se repete desde 2018, foi assinado na semana passada pelo presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, e o comandante do RI19, coronel Nelson Couto Gomes. "É de extrema importância este protocolo e sei que, para o RI19, foi muito difícil pela falta de efectivos que tem o próprio quartel, porque são também puxados para outras iniciativas. Mas, fruto do bom relacionamento e do trabalho profícuo que se tem realizado, manteve-se este ano", explicou o presidente.
À autarquia cabe, entre outros, assegurar o fornecimento de combustível para as viaturas do Exército, bem como a alimentação dos militares destacados para as acções de vigilância durante o período em que o acordo vigorar.