Di María é mais um “retornado” — já houve bons, maus e assim-assim

No arranque de 2023/24, o Benfica deverá contar com o regresso do jogador argentino, que volta ao clube, 13 anos depois, em moldes semelhantes aos de Rui Costa, em 2006.

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Di María em acção pelo Benfica NUNO FERREIRA SANTOS
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O Benfica regressa ao trabalho nesta quarta-feira, ainda sem aquele que deverá ser, nas próximas horas, o grande nome do mercado de Verão nacional. Ángel Di María regressa ao clube “encarnado” 13 anos depois de ter saído para o Real Madrid e vai engordar um lote de “retornados” ao futebol nacional – uns bons, uns maus, outros assim-assim.

No Benfica, o caso mais badalado neste século foi Rui Costa, que esteve 12 anos afastado da Luz, na aventura por Itália. Depois da Fiorentina e do AC Milan, regressou ao Benfica de Fernando Santos, com os mesmos 35 anos de Di María.

Na primeira temporada não jogou tanto quanto gostaria, devido a lesão, e na segunda já foi opção recorrente. Em qualquer delas, porém, acabou na mesma posição: sem nada ganho internamente e sem mais do que a fase de grupos da Champions.

Com uma bitola de uma década nada mais há para contar no Benfica, mas a margem de cinco anos já permite analisar um caso interessante.

Gonçalo Guedes regressou ao Benfica na última temporada, seis anos depois de sair. Uma lesão condicionou-lhe o sucesso, pelo que a análise depende, como com Di María, do que fizer em 2023/24.

Curiosamente, vão pisar terrenos semelhantes, pelo que não é improvável que o sucesso de um e outro andem em sentidos opostos. Qualquer deles pode ser opção na direita e na esquerda do 4x4x2 de Roger Schmidt, ainda que o alemão pareça ver Guedes mais como uma opção para o lugar de segundo avançado.

Em tese, Guedes vai concorrer com Rafa e Di María com David Neres, mas não será estranho se o espaço do português limitar o do argentino.

Há Pepes e Cissokhos

No FC Porto, este século traz mais para contar em regressos. Pepe continua por lá – há cinco temporadas –, depois de ter estado 12 anos fora, no Real Madrid e no Besiktas. E o caso do central não carece de grandes análises de competência: foi um regresso de sucesso.

Menos fulgor teve o treinador de Pepe, Sérgio Conceição, que esteve cinco anos em Itália antes de regressar ao Dragão, em 2003/04. Mas ainda que o nível individual não tenha sido de primeira linha, o então extremo contribuiu, após o mercado de Inverno, para a conquista do campeonato – e só não ajudou na Champions porque já tinha actuado pela Lazio.

Ricardo Quaresma e Galeno, ambos cinco anos fora do clube, são casos de extremos com sucesso diferente: um regressou para temporadas sem campeonato conquistado (e com desempenho abaixo da primeira passagem), enquanto o brasileiro regressou para ter sucessos e para se assumir como um dos principais criativos da equipa, depois de ter saído do clube pela porta pequena, como elemento irrelevante.

Já Cissokho, sete anos depois de sair, e Silvestre Varela, após cinco anos, foram regressos de parca relevância na equipa principal: o primeiro jogou três partidas, o segundo regressou para ser o “farol” dos jovens na equipa B.

Nani correu bem

Também no Sporting há casos bons e não tão bons, ainda que a análise global seja negativa. Slimani foi um fracasso total depois de sete anos fora, tal como João Pereira, que no segundo regresso, após cinco anos na Turquia, foi pouco relevante.

Beto também não teve grande importância, já que o guardião, de volta a casa depois de 11 anos, não passou de suplente de Rui Patrício e foi para a Turquia.

Houve, por outro lado, o regresso de Nani. O jogador esteve sete anos em Manchester e regressou ao Sporting para contribuir para uma Taça de Portugal – mesmo sem campeonato, o desempenho individual foi, à data, globalmente satisfatório.

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