Sérgio Conceição demorou dois anos a fotografar a super-Lua — que iluminou a história de Elvas

Sérgio Conceição demorou dois anos a conseguir uma imagem da Lua, em Elvas. A fotografia que tanto desejava chegou ao mesmo tempo que a cidade celebra 11 anos como Património da Humanidade.

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Super-Lua em Elvas Sérgio Conceição
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Super-Lua em Elvas Sérgio Conceição
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A máquina fotográfica é a companheira de Sérgio Conceição há cerca de 23 anos. Tudo começou na adolescência quando decidiu fotografar as paisagens do Alentejo. Mais tarde, já adulto, fez o mesmo pelo mundo inteiro, conheceu diferentes culturas, fotografou monumentos e rostos de desconhecidos com os quais se cruzava.

Contudo, em 2019, o percurso mudou. Descobriu o mundo da astrofotografia, das imagens da Lua e Via Láctea, e percebeu que não basta apontar a objectiva para céu para captar imagens lunares.

Cada fotografia que tira à Lua é diferente. A primeira aconteceu na Ilha das Flores, nos Açores. Depois rumou ao Alentejo e Badajoz, onde a Lua surge no topo de uma réplica da Giralda. Ainda assim, defende, nenhuma exigiu tanto esforço como a super-Lua da noite de segunda-feira, 3 de Julho.

Forte da Graça, em Elvas Sérgio Conceição
Réplica da Giralda, em Badajoz Sérgio Conceição
As fotografias de Sérgio Conceição vão estar em exposição em Setembro, em Elvas Sérgio Conceição
Alqueva Sérgio Conceição
Albuquerque Sérgio Conceição
Alentejo Sérgio Conceição
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Forte da Graça, em Elvas Sérgio Conceição

Além de ter sido tirada em Elvas, Portalegre, onde vive, aconteceu dois dias depois do 11º aniversário da cidade que é Património da Humanidade.

“Demorei dois anos [a fotografar a Lua]. Existe uma planificação que se faz antes em termos de altura do monumento, a melhor fase da Lua e a melhor tonalidade que ela pode atingir", explica ao P3, acrescentando que foi também muito difícil enquadrar a Lua com o Forte de Santa Luzia e as casas.

Sérgio conta que tentou tirar a fotografia a partir de vários locais. Em certos casos, o sítio até resultava, mas as condições atmosféricas estragavam-lhe os planos. “Foi à base da tentativa”, destaca o fotógrafo de 39 anos. Na noite de segunda-feira, quando o relógio marcava as 20h52, conseguiu a imagem que sempre quis e, curiosamente, aconteceu pelos dias em que Elvas celebra o aniversário do selo da UNESCO.

Na imagem, procurou mostrar uma Lua gigante que (quase) se sobrepõe à imponência do Forte de Santa Luzia, “monumento com significado importante” que defendeu a cidade do Exército espanhol. Para tal, posicionou-se estrategicamente a 1,5 quilómetros do Forte que se torna pequeno quando comparado à grande Lua laranja.

"Quando a Lua nasce tem sempre uns tons mais alaranjados e eu queria que existisse um contraste entre o amarelo do monumento e o laranja”, completa.

A super-Lua que viu desde Elvas junta-se agora ao portfólio do fotógrafo que conta com mais de 20 imagens lunares, Via Láctea e chuvas de estrelas. No final de Setembro, estas imagens estarão em exposição na cidade e, para o futuro, está previsto um livro com todos as fotografias de Sérgio.

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