NATO estende mandato de Stoltenberg por mais um ano
Antigo primeiro-ministro norueguês anunciou que vai manter-se como secretário-geral da aliança até Outubro de 2024.
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Os Estados-membros da NATO estenderam o mandato de Jens Stoltenberg como secretário-geral da aliança por mais um ano, anunciou o próprio numa mensagem publicada esta terça-feira nas redes sociais.
A decisão não é totalmente surpreendente, não só pelas dificuldades em encontrar um candidato com o perfil desejado pelos principais países da NATO, mas, principalmente, porque a aliança tem defendido a necessidade de estabilidade face à existência de uma guerra perto das suas fronteiras, na qual tem apoiado, com armas e fundos, o país invadido.
“Honrado com a decisão dos aliados da NATO de estender o meu mandato enquanto secretário-geral até 1 de Outubro de 2024”, escreveu o antigo primeiro-ministro norueguês no Twitter.
“A ligação transatlântica entre a Europa e a América do Norte tem assegurado a nossa liberdade e segurança há quase 75 anos, e, num mundo ainda mais perigoso, a nossa aliança é mais importante do que nunca”, acrescentou.
O facto de não existir um consenso sobre o sucessor a poucos dias da cimeira da aliança em Vílnius (Lituânia), agendada para a próxima semana, fez com que a ampliação do mandato de Stoltenberg fosse a opção mais sensata. O próprio vai falar do assunto e antecipar o encontro, numa conferência de imprensa marcada para sexta-feira, em Bruxelas.
Numa conversa informal com os jornalistas correspondentes em Bruxelas, que viajaram até Madrid para cobrir a visita do Colégio de Comissários e o arranque da presidência espanhola do Conselho da União Europeia, Pedro Sánchez explicou que Stoltenberg fez um trabalho extraordinário na NATO.
Segundo o presidente do Governo de Espanha, o secretário-geral tem sido bastante generoso e comprometido com a Aliança Atlântica. Em tempo de guerra, acrescentou, é crucial não mudar a liderança e consolidar a posição política da NATO.
Num comunicado divulgado esta terça-feira, Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, congratulou-se com a manutenção de Stoltenberg no cargo até Outubro do próximo ano, afiançando que a NATO está “mais forte, mais unida e mais poderosa do que foi alguma vez”.
“Com a sua liderança firme, a sua experiência e o seu discernimento, o secretário-geral Stoltenberg tem conduzido a nossa aliança pelos desafios mais significativos para a segurança europeia desde a II Guerra Mundial”, elogiou.
“Aguardo com expectativa poder continuar a trabalhar com o secretário-geral Stoltenberg, para reforçarmos ainda mais a aliança, na próxima semana, na cimeira da NATO, em Vílnius, e antes da cimeira do 75.º aniversário da NATO, em Washington D.C., no próximo ano”, acrescentou, citado pela Casa Branca.
Nomeado secretário-geral da NATO em 2014, Stoltenberg, de 64 anos, foi reconduzido no cargo em 2018 e, no ano passado, após a invasão russa da Ucrânia, já tinha aceitado manter-se em funções para além do final do seu mandato.
Até ao momento, o único candidato declarado à sucessão é Ben Wallace, ministro da Defesa do Reino Unido. Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca, também tem sido apontada como possível solução, apesar de ter negado o interesse no cargo.
“Os membros da NATO decidiram, de forma suficientemente lógica, que o melhor secretário-geral actualmente no mercado é aquele que eles já têm”, considera Jamie Shea, ex-funcionário da NATO e actual investigador do think tank Chatham House.
“A experiência é importante, principalmente num dos momentos mais desafiantes da história da NATO”, acrescenta, citado pela Reuters.
Com Rita Siza, em Madrid