JMJ: atribuição de vistos obedece a “critérios específicos e rigorosos”

O Chega levantou dúvidas de segurança pela presença de pessoas do Médio Oriente na JMJ. O Sistema de Segurança Interna explicou que todos os vistos são sujeitos a “critérios rigorosos”.

Foto
São esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas entre 1 e 6 de Agosto, em Lisboa, para a Jornada Mundial da Juventue Matilde Fieschi

O Sistema de Segurança Interna (SSI) disse este domingo que até ao momento não foi identificada qualquer situação de risco no âmbito das inscrições para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e garantiu critérios "específicos e rigorosos" para os vistos.

"Tendo sido manifestada preocupação pública com o número de inscritos na JMJ de nacionais de países de áreas geográficas que podem eventualmente representar algum risco para a segurança daquele evento, o Sistema de Segurança Interna vem esclarecer [...] que todos os nacionais das referidas áreas geográficas carecem de visto Schengen para entrada no espaço europeu e em território nacional", indicou, em comunicado, o SSI.

Até ao momento, não foi identificada qualquer situação de risco, como terrorismo, auxílio à imigração ilegal ou tráfico de seres humanos, refere a mesma nota.

A atribuição de vistos, conforme destacado, é objecto de "critérios específicos e rigorosos", exigindo que o requerente apresente uma prova da sua participação no evento.

Segundo o comunicado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) analisa os pedidos de visto antes do início da JMJ.

No sábado, o líder do Chega disse precisar de esclarecimentos do Ministério da Administração Interna sobre os riscos decorrentes da alegada inscrição de "dezenas de milhares de pessoas" oriundas do Médio Oriente.

"Isto, a ser verdade, significa que estamos perante um risco de segurança muito significativo e perante a possibilidade, ou a tentativa, de estarem a entrar em Portugal, através da Jornada Mundial da Juventude, não só grupos radicalizados, como pessoas que podem não ter boas intenções", afirmou André Ventura.

O SSI adiantou que, desde o início das inscrições, requereu ao SEF consultas de segurança relativas a várias nacionalidades, incluindo as referidas por Ventura.

"Independentemente do número de solicitações que vier a ocorrer até ao final do evento, cumpre sublinhar que o rigor do processo em nada será alterado", assegurou o SSI, acrescentando que a diferença entre o número de inscrições iniciadas e completas destas áreas geográficas é "substancialmente inferior".

O número de cidadãos paquistaneses que concluiu o processo de inscrição, até Junho, é de cerca de 7%, mas esta percentagem pode ainda ser reduzida em função da submissão do processo de emissão de visto e consultas de segurança, exemplificou o Sistema de Segurança.

"A segurança é levada muito a sério por todas as Forças e Serviços de Segurança que participam no quadro deste megaevento, particularmente o SIS, SEF, PJ [Polícia Judiciária], PSP [Polícia de Segurança Pública], GNR [Guarda Nacional Republicana] e Polícia Marítima, entre outras", vincou.

O SSI referiu ainda que todas as pessoas que tiverem conhecimento de situações que possam constituir perigo para a segurança interna devem dar, "de imediato", conhecimento às autoridades.

André Ventura, que falava à margem de uma visita à Casa de Saúde de São João de Deus, no Funchal, disse, este sábado, que o partido tem a informação, "não confirmada, mas de fontes fiáveis e fidedignas", de que milhares de pessoas do Médio Oriente, especialmente do Paquistão, estão inscritas na JMJ.

A Jornada Mundial da Juventude, o maior evento da Igreja Católica, realiza-se pela primeira vez em Portugal, de 1 a 6 de Agosto, em Lisboa, onde são esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários