O Animal de Fátima Lopes: “Todos os cães ladraram quando nos viram menos ele”
Conhecê-los é conhecer a relação que têm com os animais. O cão Brownie chegou à vida da apresentadora Fátima Lopes para receber mimos a toda a hora — e comer os bifes do jantar.
"Quando era pequena tive dois gatos que amava profundamente, mas a partir dos 11 anos os meus pais deixaram de ter animais de companhia. Quando adoptaram um cão já não vivia com eles. O Brownie entrou na minha vida quando a minha filha foi visitar uma família de acolhimento de cães que ajudava a Associação Adoro Mimos. Apesar de existirem muitos cães num local espaçoso, apaixonou-se rapidamente pelo Brownie, que correu para ela assim que a viu. Na visita seguinte, acompanhei-a e aconteceu o mesmo. Curiosamente todos os cães ladraram quando nos viram menos ele. Assim que olhei para os olhos dele percebi que me tinha conquistado. Tinha um ano e meio e agora tem quase sete anos e meio.
O Brownie é profundamente meigo, afectivo, supermeloso e adora pessoas. Está sempre à procura de mimo e é muito sensível. Ao mesmo tempo, é um cão alegre, brincalhão e muito enérgico. Houve um dia em que estava na sala e, de repente, comecei a ouvir barulho de loiça. Estranhei porque sabia que não estava ninguém na cozinha. Entretanto a minha filha foi jantar e perguntou-me onde estavam os bifes que eu tinha feito. Estranhei a pergunta e fui-lhe mostrar onde os tinha deixado. A frigideira estava vazia e o Sr. Brownie lambia os bigodes com um ar consolado.
Costumamos levá-lo ao jardim perto de casa e, aos fins-de-semana, vamos para locais onde possa correr livremente e brincar a correr atrás das bolas. É a brincadeira preferida dele e o único momento em que o ouvimos ladrar.
O que gostaria de ver concretizado em relação aos direitos dos animais? Que fossem respeitados e tratados com a dignidade e amor que merecem. Eu diria que ganhei mais consciência e sensibilidade desde a chegada do Brownie. Ele faz parte da minha família e isso diz tudo. Não posso falar da minha família, nem da importância dos afectos sem falar dele.
Para se ter um animal é preciso estudar bem tudo o que é preciso para integrar este novo elemento na família, fazendo-o feliz em sintonia com os outros. Se a pessoa achar que não tem condições para concretizar este objectivo tão nobre, então o melhor é não ter um animal de companhia."
Depoimento construído através de entrevista por email.