O Hyundai Ioniq 6 começou a chegar à Europa no fim do ano passado, mas só agora tem estreia no mercado nacional. A razão é feliz para a marca: à medida que as encomendas têm sido anunciadas, o número de unidades disponível rapidamente esgota (foi o caso da First Edition, com 2500 unidades para os mercados da Alemanha, França, Noruega, Países Baixos e Reino Unido, que esgotou em 24 horas).
Além de a Hyundai parecer ter acertado na receita para agradar clientes, também reuniu todos os atributos que conquistaram a imprensa especializada: o Ioniq 6 foi carro mundial do ano, tendo conquistado ainda as categorias de eléctrico e melhor design.
Certo é que as linhas do Ioniq 6 se distinguem num parque automóvel pejado de sport utility vehicles e de viaturas que querem vingar pela robustez. Não é o caso. O novo Hyundai, que tem lugar no topo da gama, prima por linhas elegantes e um perfil extremamente aerodinâmico; é, aliás o Hyundai mais aerodinâmico de sempre, com um coeficiente de apenas 0,21.
Com 4,86 metros de comprimento, largura de 1,88 metros e altura ligeiramente inferior a metro e meio, é o tipo de automóvel que se cola à estrada para sensações mais emocionantes, ainda que estas sejam sempre limitadas na maioria dos carros movidos a electricidade e será algo que precisará de um ensaio mais extenso para comprovar. Porém, os números das prestações são suficientemente interessantes, com uma aceleração de 0 a 100 km/h que se cumpre em 7,4 segundos e uma velocidade máxima de 185 km/h.
O que foi facilmente notado num primeiro contacto é o imenso espaço interior, graças a uma distância entre eixos de 2,95 metros, mais do que o suficiente para encarar uma viagem no banco traseiro sem problemas.
De resto, muito do que dá vida ao habitáculo já é conhecido do Ioniq 5, uma adopção certeira: painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas, ecrã táctil de infoentretenimento também de 12,3 polegadas, que prima por ser de fácil utilização. Também copiados do SUV eléctrico da Hyundai estão os materiais de boa qualidade e a boa execução de montagem.
Aos comandos, o Ioniq 6 é fácil de conduzir, não necessitando de grande habituação, e a posição de condução ideal não é difícil de encontrar. Mas o que mais seduz é a forma como corta o vento. O Hyundai Ioniq 6 é celebrado pela marca sul-coreana pelo seu baixíssimo coeficiente de arrasto, o que ajuda a tornar a viatura mais eficiente.
No caso do modelo conduzido, com motor eléctrico a debitar 228cv, alimentado por uma bateria com capacidade de 77 kWh, o consumo médio homologado é de 14,3 kWh/100 km em circuito misto, o que permite à marca reclamar uma autonomia de mais de 600 quilómetros, na versão de equipamento com jantes de 18 polegadas. É certo que ainda não chega para ir de Lisboa ao Porto e voltar, mas não só anda lá perto, como o recarregamento, graças à tecnologia de 800 volts da bateria, pode ser feito em postos ultrarrápidos: em cerca de 15 minutos consegue-se energia para cerca de 350 quilómetros.
Para o dia-a-dia, o modelo admite cargas de 11 kW, numa wallbox doméstica, permitindo repor a energia da bateria a 100% em pouco mais de sete horas, o que se traduz numa noite. E, se as voltas forem sobretudo urbanas, não será tarefa para todos os dias: a Hyundai diz que em trajectos pela cidade a eficiência é ainda melhor, estimando ser possível percorrer mais de 700 quilómetros com uma única carga.
A Portugal, o Ioniq 6 chega com dois níveis de equipamento: Premium (desde 59.390€) e Vanguard (a partir de 64.790€). A versão base chega com jantes de 18 polegadas, câmara traseira, portão da bagageira eléctrico, alerta de ângulo morto, sistema de navegação e bancos dianteiros aquecidos; a mais requintada junta sistema eléctrico para ajustar os bancos dianteiros, volante aquecido, estofos em pele, jantes de 20 polegadas, câmara de 360 graus e sistema de som Bose.