A irmã gorda aproveitava para as encher de Deus

A vida não é um animal doméstico que se leve pela trela para urinar nas árvores.

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As meninas juntavam-se em frente à capela, enquanto a irmã dos gritos fazia a chamada e a irmã gorda aproveitava para as encher de Deus, enviando àquelas crianças as suas palavras incompreensíveis, mas que, como a própria dizia, eram sementes, haveriam de ser árvores e mais tarde dar fruto. O olhar da irmã dos gritos, reprovador ou condescendente, pousava na face da irmã gorda, que não se deixava intimidar pelo olhar enviesado, e com o braço direito erguido e um dos seus gatos, o Litúrgico, no braço esquerdo, arremessava para o ar a verdade sobre a vida eterna, dirigindo-se aos seus anjos ou às meninas ou às outras freiras:

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