Enquanto caminha na Rua de Santa Catarina, Raul Simões Pinto vai confessando o seu desconforto perante a agitação no coração da Baixa. As multidões a calcorrear a calçada e a ocupar as esplanadas e as malas de viagem a desafiar o paralelo e a fazer crescer o ruído opõem-se à falta de espaços e de rostos familiares. De sotaque entranhado. “Sinto-me um estrangeiro na minha cidade.” Há dias, apresentaram-lhe uma conta de dois euros por um café e Raul declarou-se vacinado contra a frequência desses espaços em número crescente na urbe. Protestou: “Dois euros por um café não é para o bolso dos portuenses.”
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