Boas memórias de Adriana, saudades de Millôr e o resto
Na música, em Portugal ou no Brasil, o mais natural é que cada um dos lados procure “ler” o outro através da sua própria expressão e perspectiva.
Em boa hora O Menino Maluquinho de Ziraldo “aterrou” (Ziraldo escreveria “aterrissou”) neste espaço, porque a comparação aqui feita entre o original brasileiro e uma “tradução” portuguesa deste conto para crianças reacendeu um estimulante debate entre diferenças e idiossincrasias do português que se fala e escreve no Brasil face ao de Portugal. A mais recente, que pode ser lida nos comentários que suscitou, é esta: “Por que razão os portugueses cantam canções brasileiras mudando de sotaque?” É uma pergunta e uma afirmação: aos portugueses, escreve, “o discurso da ‘riqueza na diversidade’ incute-lhes a ideia de que ‘não é a mesma coisa’”. Deve ir pouco a concertos, porque o comum é ouvir portugueses, às centenas, a trautear canções brasileiras sem lhes alterar minimamente o sotaque (ouvidos atentos e treino de décadas). Mas tal pergunta é uma boa deixa para recordar os traços do intercâmbio Brasil-Portugal, e vice-versa, em música.
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