Procura turística em Portugal chegou aos 37,8 mil milhões e bateu novo recorde

Valor de 2022 calculado pelo INE supera em mais 4,9 mil milhões de euros o máximo que tinha sido atingido em 2019 e fica 16,7 mil milhões acima do montante de 2021.

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Turismo recuperou depois da queda registada com a pandemia Rui Gaudencio
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O consumo de turismo em Portugal atingiu um novo recorde em 2022 ao chegar aos 37,8 mil milhões de euros, de acordo com os dados preliminares avançados nesta quarta-feira pelo INE na sua conta-satélite do sector.

Este indicador ligado à procura turística (designado “consumo de turismo no território económico” - CTTE) engloba tanto os visitantes não residentes como os visitantes residentes que viajam em Portugal e a “componente de consumo interno efectuada pelos visitantes residentes no país aquando de uma viagem turística no exterior do país (componente de consumo interno do turismo emissor)”.

O montante de 37,8 mil milhões de euros representa mais 4,9 mil milhões face ao máximo que tinha sido atingido em 2019 e fica 16,7 mil milhões acima de 2021 (uma subida de 79%).

Turismo impulsiona economia

De acordo com o INE, o consumo turístico teve um contributo total para o PIB português de 29,2 mil milhões de euros no ano passado. Este valor, que inclui os contributos directos e indirectos, supera os 25,4 mil milhões que tinham sido atingidos em 2019, pré-pandemia, e é equivalente a 12,2% do PIB. Em 2021, o valor foi de 16,7 mil milhões de euros.

Já o contributo para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da economia nacional em 2022 foi calculado em 24,9 mil milhões, equivalente a 12% do total. Em 2022, diz o INE, “o PIB do turismo registou um crescimento nominal de 75,2% face a 2021 e de 15% em relação ao período da pré-pandemia (2019)”.

“Da mesma forma que, durante a pandemia, a forte redução da actividade turística penalizou a variação do PIB, em 2022 observou-se o contrário, com o turismo a ser determinante para a expansão da actividade económica, devendo ter sido responsável por 5,8 pontos percentuais dos 11,4% de crescimento nominal do PIB”, refere o INE.

Alojamento gerou 8430 milhões

Os produtos que mais contribuíram para o PIB turístico, diz o INE, “como os serviços de alojamento, a restauração e similares, os transportes (especialmente os transportes aéreos) e os serviços de aluguer, que foram os que mais sofreram os impactos económicos da pandemia”, apresentaram agora “aumentos entre 146,5% (transportes aéreos) e 82,3% (serviços de alojamento), face a 2021”.

O alojamento terá gerado 8430 milhões de euros (6402 milhões em 2019), o que corresponde à maior fatia, seguindo-se a restauração e similares, com 7385 milhões de euros (6597 milhões em 2019, acima dos alojamentos).

Estes dados poderão ainda ser alvo de revisão. No caso dos valores de 2021, por exemplo, o INE reviu em baixa, em 237 milhões, o montante do CTTE que tinha calculado há um ano.

Até aqui, os dados que se conheciam referentes a 2022 eram os da exportações e importações de viagens e turismo do Banco de Portugal. Segundo o banco central, as exportações de turismo chegaram aos 21.107 milhões de euros no ano passado, um valor recorde que superou as estimativas mais recentes do Banco de Portugal e do Governo.

O saldo (depois de descontadas as importações) também bateu um novo recorde, tendo até crescido a um ritmo superior ao do das exportações: 18,3%, para 15.574 milhões de euros.

Para este ano, os agentes do sector antecipam que se voltem a bater recordes, tanto ao nível de turistas como de receitas.

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