Ordem dos Médicos retira “confiança institucional” a Ayres de Campos

Num ofício enviado à Direcção-Geral da Saúde, a Ordem dos Médicos pediu o “afastamento” do médico no âmbito do grupo de trabalho que fez a orientação sobre os cuidados de saúde em blocos de partos.

Foto
Ordem dos Médicos critica o processo relativo à orientação da DGS, reafirmando que as opiniões dos seus representantes não foram tidas em conta Manuel Roberto
Ouça este artigo
00:00
01:58

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Ordem dos Médicos (OM) retirou a “confiança institucional” a Diogo Ayres de Campos, coordenador da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e bloco de partos, na sequência de uma orientação sobre os cuidados de saúde em blocos de partos elaborada em conjunto com a Direcção-Geral da Saúde (DGS). E pediu o “afastamento” do médico no âmbito deste grupo de trabalho.

A notícia foi avançada pela CNN Portugal e confirmada ao PÚBLICO por fonte da OM. O ofício do bastonário da Ordem dos Médicos foi enviado esta terça-feira à DGS, com conhecimento do ministro da Saúde.

No ofício agora enviado à DGS, a que o PÚBLICO teve acesso, o bastonário reafirma que os contributos e objecções dos representantes da OM “foram absolutamente ignorados”. E que “houve um completo e total desrespeito por parte do senhor coordenador do grupo de trabalho pelos indicados médicos, o que inclusive conduziu a que tivessem solicitado que os seus nomes fossem retirados da orientação, o que, lamentavelmente, ainda não sucedeu”.

Considerando que a OM “está a ser completamente ignorada”, Carlos Cortes reitera os pedidos feitos anteriormente de que a orientação “seja alterada, porquanto a mesma põe em causa todo um histórico de sucesso de colaboração entre os diversos grupos profissionais envolvidos no trabalho de parto, a segurança das grávidas e dos recém-nascidos”.

Numa entrevista recente, dada ao PÚBLICO e à Rádio Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos voltou a criticar o processo relativo à orientação da DGS, que definiu que a assistência aos partos normais passa a ser feita por enfermeiros especialistas em obstetrícia.

“A OM não foi ouvida e as opiniões da Ordem dos Médicos não foram consideradas. E, portanto, o processo não foi regular. Todos os elementos indicados pela OM mostraram vontade em sair dessa comissão. Saíram dessa comissão”, disse Carlos Cortes, referindo que a se a orientação não for revogada e alterada, a OM admite “poder rever a sua participação nas comissões de trabalho da DGS”.

Sugerir correcção
Ler 7 comentários