Venda e arrendamento a estrangeiros são alternativas ao AL, diz inquérito

Inquérito apresentado pela associação do sector, a Alep, mostra pouca intenção de adesão ao mercado de arrendamento tradicional.

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Matilde Fieschi
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Os resultados de um inquérito apresentado esta terça-feira pela associação do alojamento local (AL) em Portugal (Alep) sinalizam uma intenção de, sem esse negócio de aluguer de curta duração a turistas, passar a ter o imóvel apenas como casa própria de férias, arrendar a estrangeiros por um a doze meses ou optar pela venda.

Estas três hipóteses foram as que tiveram mais adesão nas respostas, com o arrendamento de média duração a estrangeiros a destacar-se com quase 60% (cada tópico vai até aos 100%, entre “concorda”, “discorda” e não se pronuncia).

Do lado oposto ficou a manutenção do imóvel para arrendamento tradicional de longa duração, com cerca de 13% de respostas positivas.

O inquérito, cujos resultados são ainda preliminares, teve por base 1820 “respostas validadas de proprietários e gestores” recolhidas no passado mês de Junho. A sua divulgação fez parte das conclusões finais do estudo sobre a avaliação do impacto do alojamento local realizado pela Nova SBE para a Alep, e que também foi apresentado esta terça-feira.

Esta associação tem defendido que as propostas legislativas do Governo para o sector, no âmbito do pacote Mais Habitação, vão penalizar fortemente os donos e gestores de unidades de AL.

As propostas, em debate no Parlamento, visam mudanças como a criação de uma taxa extraordinária de 15%, a suspensão de novas licenças, a renovação das actuais em 2030 e mais poderes para os condóminos poderem encerrar um AL existente.

Entre outros aspectos, o inquérito refere também que cerca de 74% dos AL em Portugal “estão disponíveis o ano inteiro”, que 62% dos inquiridos investiram na reabilitação do imóvel e que 36% dos titulares pediram empréstimo por causa do imóvel ligado ao AL.

De acordo com o estudo da Nova, a oferta protagonizada pelo AL, pela sua dimensão, não pode ser substituída pela hotelaria. Segundo a análise feita, os AL valem “aproximadamente 40%” das dormidas.

“O peso do turismo receptor, que atinge quase 10% do PIB, não podia ter acontecido sem o contributo do alojamento local”, é referido na apresentação desta terça-feira.

Em paralelo, é avançada a estimativa (entre dados do INE e cálculos próprios) de que os turistas que se hospedaram em unidades de AL “terão gasto mais oito mil milhões de euros na economia portuguesa”, e que o sector estará ligado a “cerca de 110 mil empregos”, desde o alojamento a vertentes como transportes, restauração e bebidas.

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