Sondagem: Partido Trabalhista aumenta a vantagem sobre os conservadores para 25 pontos

Resposta do Governo de Sunak à crise económica e últimos capítulos do “Partygate” parecem ter afectado ainda mais as intenções de voto dos britânicos nos tories.

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Rishi Sunak, primeiro-ministro britânico, está em dificuldades Reuters/UK PARLIAMENT/JESSICA TAYLOR
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Há 13 anos no poder, o Partido Conservador britânico continua sem encontrar uma solução para recuperar os índices de popularidade de outros tempos. De acordo com a última sondagem da YouGov para o Times, divulgada no sábado, os tories já estão 25 pontos percentuais atrás do Partido Trabalhista, quando falta pouco mais de um ano para a realização das próximas eleições legislativas no Reino Unido.

O principal partido da oposição, de centro-esquerda, recolhe 47% das intenções de voto – uma subida de um ponto percentual em comparação com a sondagem da semana anterior –, ao passo que os tories, de centro-direita, se ficam pelos 22% – uma queda de dois pontos.

O inquérito foi realizado nos dias 20 e 21, pelo que é bastante provável que estes resultados já reflictam a reacção dos eleitores aos últimos episódios do escândalo das festas e convívios realizados durante a pandemia envolvendo membros do Governo e do Partido Conservador, e que tiveram Boris Johnson como protagonista.

Na passada segunda-feira, o antigo primeiro-ministro – que renunciou ao cargo de deputado no dia 9 – sofreu mais uma derrota política, quando apenas sete deputados do seu partido votaram contra as conclusões de uma investigação de uma comissão parlamentar que atestou que ele “enganou deliberadamente” o Parlamento durante as declarações que fez sobre o seu conhecimento das festas ocorridas na sede do executivo em 2020 e 2021.

A moção sobre a relatório final da comissão foi aprovada, mas o actual primeiro-ministro, praticamente todos os membros do Governo e dezenas de deputados tories decidiram abster-se ou não comparecer na votação, jogada que foi criticada por todos os partidos opositores, que acusaram Rishi Sunak de não ter controlo sobre o seu partido.

Antes da votação, e da última sondagem, os conservadores viveram mais um momento incómodo, quando o Mirror divulgou um vídeo de uma festa de Natal realizada durante a pandemia, na sede do partido, em Londres, no qual os protagonistas fazem pouco das regras sanitárias que uma boa parte do país estava obrigada a cumprir.

Na sondagem divulgada no sábado, o próprio primeiro-ministro também é castigado, numa avaliação que parece estar relacionada com as dificuldades do seu executivo em responder à crise económica e à inflação – que levaram o Banco de Inglaterra a anunciar recentemente a subida das taxas de juro.

De acordo com o inquérito da YouGov, apenas 21% dos participantes dizem que Sunak é um bom primeiro-ministro, em comparação com 32% que optam por Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, nesta categoria – trata-se de uma queda de dois pontos percentuais para Sunak e de uma subida de dois pontos para Starmer.

Ainda que as próximas eleições legislativas só estejam previstas para 2024, os números negativos que têm vindo a ser atribuídos aos tories nos estudos de opinião dos últimos meses não têm destoado muito dos resultados dos actos eleitorais mais recentes.

O Partido Conservador perdeu várias eleições suplementares para cargos de deputados que ficaram vagos e teve um desempenho bastante fraco nas eleições locais de Maio, tendo perdido mais de mil vereadores.

O próximo teste eleitoral realiza-se já em Julho, com três eleições suplementares, que incluem o círculo eleitoral de Uxbridge e South Ruislip, detido por Boris Johnson entre 2015 e o início deste mês.

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