A história de um “tempo onírico” no Largo Cabeço de Bola
O que cá entrou não pode cá estar, uma exposição-instalação que documenta a actividade intensa de mais de uma centena de artistas que fizeram do antigo quartel da GNR em Lisboa o seu poiso.
O que cá entrou não pode cá estar. Assim se chama a exposição-instalação que, desta quinta-feira e até 25 de Junho, poderá ser visitada por todos aqueles que sejam atraídos pela programação do Bairro em Festa (que inclui concertos, cinema, debates, feiras, etc.), no Quartel do Largo do Cabeço de Bola (entre o Campo Mártires da Pátria e a Avenida Almirante Reis, em Lisboa). É uma frase recordada numa visita guiada por um dos antigos ocupantes deste quartel, pertencentes à Guarda Nacional Republicana (GNR), ouvida a quem fechava, por breves instantes, os olhos a uma presença estranha aos militares que ali cumpriam serviço. É uma frase escutada pelos actuais ocupantes do quartel, afectos a projectos sociais e culturais, e que resume também a sua condição de dinamizadores a prazo de um imenso espaço municipal desocupado desde 2015 (pondo fim à presença da GNR, que ali se encontrava desde finais do século XIX) e que, em breve, será reconvertido numa zona habitacional com renda acessível. É uma frase que ecoa também o movimento de expulsão desta e outras cidades dos seus habitantes, destronados pela agressiva especulação imobiliária.
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