O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o Presidente da China, Xi Jinping, pertence à categoria dos ditadores, em declarações proferidas durante uma iniciativa de angariação de fundos de campanha na Califórnia.

Referindo-se a um episódio recente, em que os EUA destruíram um balão chinês que estaria a espiar território norte-americano, Biden disse que "a razão pela qual [Xi] ficou tão irritado" foi "porque não sabia que [o aparelho] estava lá".

"É muito embaraçoso para os ditadores quando não sabem o que aconteceu", continuou, acrescentando: "Quando [o balão] foi abatido, [Xi] ficou muito embaraçado e até negou que [o aparelho] estivesse lá". "E, já agora, não se preocupem com a China (...) A China tem problemas económicos reais", disse o Presidente dos EUA, que está em campanha com vista à sua reeleição em 2024.

Ainda a propósito de Xi, Biden afirmou: "Estamos num momento em que ele quer restabelecer uma relação."

Recordando que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, tinha acabado de regressar da China, o Presidente dos EUA considerou que o secretário de Estado tinha feito um "bom trabalho", mas salientou que "vai levar tempo" para resolver a relação muito tensa entre as duas grandes potências.

A rivalidade entre a China e os EUA transformou-se numa crise diplomática com a crise do balão, em Fevereiro.

Numa primeira reacção, a China classificou como "absurdo" o comentário do Presidente norte-americano.

"Esta observação da parte americana é realmente absurda, muito irresponsável e não reflecte a realidade", declarou, nesta quarta-feira, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim.

Não é a primeira vez que Biden faz declarações marcantes em recepções de angariação de fundos, acontecimentos de pequena dimensão em que as câmaras, os microfones e as câmaras fotográficas estão excluídos, mas durante os quais os jornalistas presentes podem ouvir as observações introdutórias do Presidente e transcrevê-las.

Foi num evento deste tipo, em Outubro de 2022, por exemplo, que Joe Biden falou do risco de um "apocalipse" nuclear desencadeado pela Rússia.