O primeiro-ministro, António Costa, apontou esta quarta-feira a necessidade de o país se preparar para ter menos água disponível no futuro, devido às alterações climáticas, e apostar na eficiência energética e na boa utilização dos recursos hídricos.
“Temos mesmo de apostar e de investir fortemente na eficiência energética e na boa utilização dos recursos hídricos para poder assegurar que há agricultura, que temos alimentação e, portanto, podemos sobreviver neste planeta”, afirmou.
António Costa discursava numa sessão da iniciativa Governo Mais Próximo, realizada na Estação Elevatória dos Álamos, concelho de Portel, distrito de Évora, que o próprio apelidou como “o coração do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA)”.
Na primeira iniciativa do programa em que participou, o chefe do Governo, acompanhado pelos ministros da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, e do Ambiente e Acção Climática, Duarte Cordeiro, conheceu o funcionamento desta estação elevatória.
Segundo o primeiro-ministro, um dos “grandes temas” do Conselho de Ministros que se realiza na quinta-feira em Évora será a aprovação para discussão pública do Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo.
“É muito importante, estrategicamente importante, não só para o Alentejo, mas para o conjunto do país, a adopção destes planos de eficiência hídrica acompanhados do Pacto da Eficiência Hídrica, que temos que assinar em cada uma das regiões”, disse.
Assinalando a importância de se optimizar a captura e a utilização da água, através da eliminação das perdas, Costa frisou que será preciso também “adaptar os territórios às necessidades” e à “evolução dos recursos disponíveis”.
“Se há coisa que podemos ter por certo é que não vamos ter, no futuro, mais água do que aquela que temos hoje e, portanto, temos que a utilizar melhor”, pelo que “há certas actividades que temos que privilegiar em detrimento de outras”, realçou.
Na sua intervenção, o chefe do Governo sublinhou, entre outros exemplos, que, nesta década, Portugal teve “seis dos dez anos mais secos de sempre” e que os países da Península Ibérica “tiveram uma diminuição de cerca de 15% de precipitação”.
“O cenário não é termos mais água. É termos menos água. Por isso, temos que nos preparar para essa realidade”, insistiu.