Música e teatro saem à rua para mostrar um outro lado do bairro Casal do Silva
Bairro social da Amadora recebe esta quarta e quinta-feira o festival Se Essa Rua Fosse Minha. Do bairro, para o bairro, mas com portas abertas a todos. Para vencer o estigma.
Manhã de segunda-feira. Pátio da Escola Básica Artur Bual, freguesia da Falagueira-Venda Nova, Amadora. Dezenas de alunos alinhados, atrás deles um grupo de adultos, formado por professores e funcionários. Alexandre Delgado, o ensaiador, corrige posições no coro, incentiva os mais tímidos (“se não cantares, mexes os lábios”), treina a articulação da métrica da canção (“ci-ga-ni-ta”), passa noções de palco e de espectáculo. “Têm de sorrir, de fazer os gestos. Tudo isso é importante. Sem isso, bastava ouvir o disco”. Alguns dos miúdos não escondem o sono e soltam uns bocejos, os mais confiantes fazem sugestões, recordam pormenores de ensaios anteriores. “Têm toda a razão. São tantas coisas na cabeça ao mesmo tempo”, diz com um sorriso. São realmente. É um trabalho iniciado há mais de um ano, envolvendo maioritariamente as crianças do Casal do Silva, bairro social criado no final dos anos 1990, na Amadora, um mosaico multicultural onde se destaca a comunidade cigana e afro-descendente. Esta quarta e quinta-feira, o bairro acolherá o Se Essa Rua Fosse Minha - 1.º Festival de Música e Teatro do Casal do Silva (entrada gratuita).
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