Navalny em risco de ser condenado a mais 30 anos de prisão

Activista e opositor de Vladimir Putin está a cumprir uma pena de nove anos de prisão desde 2021, e começa a ser julgado, nesta segunda-feira, por “apoio a uma rede extremista”.

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Alexei Navalny durante o seu julgamento em 2021 EPA/MOSCOW CITY COURT PRESS SERVICE HANDOUT
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O advogado e activista anticorrupção Alexei Navalny, um dos mais destacados opositores do Presidente russo, Vladimir Putin, vai começar a ser julgado, nesta segunda-feira, por acusações de apoio ao extremismo no país.

Navalny, de 47 anos, está a cumprir uma pena de nove anos de prisão por acusações anteriores de violação de liberdade condicional e desrespeito do tribunal, num caso relacionado com um processo em que foi acusado de fraude.

O opositor e os seus apoiantes afirmam que os processos judiciais têm motivações políticas e que são uma forma de punição do Kremlin pelas denúncias de corrupção feitas por Navalny ao longo dos anos.

No julgamento que começa nesta segunda-feira, e que vai decorrer na cadeia onde o opositor russo está preso, a 250 quilómetros de Moscovo, Navalny é alvo de várias acusações, destacando-se a de criação e financiamento de uma rede extremista na Rússia.

“Apesar de o tamanho dos volumes da acusação tornar evidente que eu sou um criminoso persistente e sofisticado, é impossível saber exactamente de que é que sou acusado”, disse Navalny, citado pela agência Reuters.

Segundo a acusação, o opositor russo é acusado de “reabilitar a ideologia nazi” — uma acusação recorrente do Kremlin contra os seus opositores internos, como Navalny, e contra os inimigos externos, como o Exército da Ucrânia.

Segundo o próprio Navalny, as novas acusações de que é alvo podem terminar numa condenação a 30 anos de prisão, a que se somariam os nove anos a que foi condenado em 2021 — o que, a acontecer, o levaria a passar o resto da sua vida atrás das grades.

Navalny foi detido em 2021, na Rússia, após ter regressado da Alemanha, onde esteve a recuperar de um ataque com veneno de que foi alvo em 2020. Os médicos alemães confirmaram que o opositor tinha sido envenenado e Navalny atribuiu a responsabilidade pelo ataque ao Kremlin, que negou o seu envolvimento.

Segundo uma investigação conjunta do colectivo de jornalistas Bellingcat e do site independente russo The Insider, vários agentes dos serviços de espionagem da Rússia estiveram envolvidos no envenenamento de Navalny.

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