Courtois desertou da selecção belga por não ter sido capitão

O seleccionador da Bélgica mostrou-se “chocado” com a atitude do guarda-redes e desmentiu a versão do pai do jogador.

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Courtois, guarda-redes belga EPA/OLIVIER MATTHYS
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É um caso tão invulgar como a atitude da equipa técnica, que decidiu assumi-lo sem rodeios: Thibaut Courtois, guarda-redes da Bélgica, decidiu ir para casa após o jogo frente à Áustria, no passado sábado. O jogador abandonou subitamente a comitiva e mostrou-se indisponível para o segundo embate desta segunda ronda de jogos de qualificação para o Euro 2024, frente à Estónia.

A informação foi confirmada nesta segunda-feira pelo seleccionador Domenico Tedesco, que se mostrou “chocado” com a atitude do jogador do Real Madrid e ainda mais com o motivo invocado. Ao que revelou o técnico que substituiu Roberto Martínez no comando da selecção belga, em causa terá estado a atribuição do estatuto de capitão de equipa.

“Em conjunto, decidimos que o Lukaku seria o capitão diante da Áustria e o Courtois, na terça-feira, frente à Estónia. Todos estavam de acordo, mas depois do jogo ele subitamente disse-me que queria falar comigo e que ia para casa, porque se sentia desapontado e ofendido. Tentei mostrar-lhe o apreço que ele merece: para mim, é o melhor guarda-redes do mundo. Gosto dele como guarda-redes e como ser humano. E estou em choque”, assumiu o técnico, em conferência de imprensa.

Tedesco adiantou, de resto, que tentou dissuadir Courtois, pedindo-lhe para não defraudar as expectativas dos colegas e da equipa técnica, mas que não teve a resposta que pretendia, classificando a atitude do guarda-redes (que soma 102 internacionalizações) como “difícil”.

Antes da declaração do seleccionador, o pai de Courtois, Thierry, tinha avançado com uma explicação diferente, alegando uma inflamação no joelho e desmentindo categoricamente que tivesse sido uma posição de força e de protesto. “Eles avaliaram os exames e, com base nessa avaliação, decidiram dispensá-lo”, afirmou ao site belga Footnews.

Mas Tedesco foi lesto a pôr os pontos nos ii, relativamente àquele que considera ser “o melhor guarda-redes do mundo”. “Para mim, seria mais fácil, acreditem, dizer que se tratava de uma lesão. Mas estaria a mentir-vos, a vocês [jornalistas], à equipa e ao staff, e não posso fazer isso”, afirmou.

No imediato — e o imediato é o jogo na Estónia, na terça-feira, com a Bélgica a precisar de ganhar para igualar a Áustria no grupo F —, a baliza deverá ser entregue a Matz Sels (Estrasburgo), único guarda-redes dos que restam nos convocados que já se estreou pela selecção (e só fez dois jogos). Mais adiante se verá o que poderá acontecer com Courtois.

“Este não é o momento para falar do futuro. Falta ainda muito tempo até Setembro [mês em que se desenrolam os próximos jogos], podemos discutir isto mais tarde”, sentenciou Tedesco.

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