O futuro da olaria de Bisalhães ainda é negro (mas isso não é uma boa notícia)
Quando passou a ser património a precisar de salvaguarda urgente, em 2016, a olaria negra de Bisalhães já estava em perigo. Tinha cinco oleiros activos. Oito anos depois, o futuro ainda é incerto.
Miguel Fontes lembra-se de ser muito novinho e de, ao acordar, ficar na cama a ouvir o bater sincopado do pico no pio. Pum-pum-pum. Pum-pum-pum. O pico é um enorme macete de madeira, usado como um martelo para moer terra, desfazê-la em pó. O pio é uma pedra escavada ao centro, a pia onde a terra desfeita em pó se vai acumulando. Pum-pum-pum. Essa era a banda sonora de todos os dias na sua aldeia, quando era normal que todos os dias, a um dado momento, alguém estivesse a picar barro, a preparar a argila para levar à roda.
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