Quinta do Piloto: à beira da Arrábida, uma varanda para a natureza

A Quinta do Piloto tem uma localização privilegiada para quem quiser explorar, a pé ou de bicicleta, o Parque Natural da Arrábida. Com direito a paragem para um copo ou para uma prova de vinhos.

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A Quinta do Piloto, em Palmela, fica junto ao Parque Natural da Arrábida Goncalo Villaverde
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A Quinta do Piloto, em Palmela, fica junto ao Parque Natural da Arrábida Goncalo Villaverde
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A Quinta do Piloto, em Palmela, fica junto ao Parque Natural da Arrábida Goncalo Villaverde
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A Quinta do Piloto, em Palmela, fica junto ao Parque Natural da Arrábida Goncalo Villaverde
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Se há quinta na região onde se sente a presença da geografia é a Quinta do Piloto. Dizer que fica localizada na Serra do Louro, em pleno Parque Natural da Arrábida, deixa antever muita da sua força, mas não é suficiente, até porque um bom cenário nem sempre é significado de uma grande paisagem. Aqui, sim. Da enorme varanda da propriedade vêem-se Lisboa e o Vale do Tejo, o Cristo-Rei, a Serra de Sintra, Pinhal Novo, a Ponte Vasco da Gama. Isto para não sermos demasiado exaustivos.

Não é, por isso, de estranhar que a maioria das provas sejam feitas ao ar livre, numas características e coloridas mesas em madeira rodeadas de árvores, para proteger dos dias de sol e vento mais exuberantes. “As nossas visitas têm uma componente muito forte de exterior”, confirma Filipe Cardoso, ele que é a cara e o coração de um projecto familiar que já vai na quarta geração.

As provas e visitas podem ter lugar todos os dias (menos à segunda-feira). No entanto, algumas destacam-se. Desde logo, o Piquenique de Santo António, que se realiza anualmente, no domingo depois do feriado — 18 de Junho. Aqui as provas não são feitas na varanda, mas sim junto a uma fonte baptizada com o nome do santo casamenteiro, em plena vinha, numa mesa recheada de produtos regionais.

Não é, contudo, necessário esperar por este fim-de-semana. Todos os domingos, às 11h e às 15h, os vinhos fazem-se acompanhar pelo pão quente dos Moinhos Vivos (panificação situada a dois minutos de distância) e manteiga de ovelha. E muitos dos participantes são, precisamente, amantes do trekking.

“Há muita gente que vem fazer caminhadas, trails e andar de bicicleta e pára aqui para beber um copo ou comer algo antes de começar ou depois de terminar o percurso.” Algo justificado pela proximidade do Trilho das Serras e Moinhos, considerado um dos mais completos do Parque Natural da Arrábida. Cerca de 22 quilómetros (cinco a seis horas de caminhada) por entre bosques e moinhos e, claro está, uma vista ímpar, não só para a área de Lisboa, mas também para o rio Sado, a Península de Setúbal ou o Vale dos Barris, de onde sai muito do Moscatel da região.

O Arrábida Walking Festival, evento anual organizado pela Biotrails dedicado à descoberta do Parque Natural através de caminhadas, acaba precisamente na quinta. Com direito a prova.

Filipe Cardoso é a cara e o coração da Quinta do Piloto, de um projecto familiar que já vai na quarta geração. Goncalo Villaverde
O Trilho das Serras e dos Moinhos passa junto da Quinta do Piloto e convida a descobrir a pé as paisagens do Parque Natural da Arrábida Goncalo Villaverde
Vinhas da Quinta do Piloto, Palmela Goncalo Villaverde
Prova de vinhos na Quinta do Piloto, Palmela Goncalo Villaverde
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Filipe Cardoso é a cara e o coração da Quinta do Piloto, de um projecto familiar que já vai na quarta geração. Goncalo Villaverde

Muito mais do que natureza

A Quinta do Piloto é, apesar de tudo, muito mais do que uma propriedade e um produtor com uma boa localização. Procuram, sim, tirar partido desta geografia, com um terroir muito particular, para produzir vinhos “diferenciados”, explica Filipe, ele que é igualmente o enólogo da casa. “Para fazer igual aos outros todos, não vale a pena.”

Mas nem sempre foi assim. Durante décadas só vendiam a granel, até que o próprio Filipe decidiu mudar de abordagem — embora mantendo os métodos ancestrais e quase artesanais. O primeiro vinho surgiu em 2013, um branco produzido a partir da casta moscatel roxo e que ainda hoje é a coqueluche da casa. “Esgota sempre.” A produção é de 21 mil garrafas. O Moscatel de Setúbal, também ele diferenciado, “com estágio em barricas de conhaque, whisky e brandy, algo só nosso”, é outro dos embaixadores da casa, tal como o Quinta do Piloto Reserva Tinto, elaborado a partir de vinhas velhas da casta castelão, “com mais de 85 anos de idade”.

Vinhos produzidos na Serra do Louro, em pleno Parque Natural, ainda que as vinhas estejam espalhadas por várias outras quintas da região. Duzentos hectares no total, divididos entre a serra (a parte mais pequena, quatro hectares) e outros terrenos mais arenosos, precisamente para tirar partido desta diversidade do solo e do clima.

Já quem quiser tirar partido da Quinta do Piloto durante um período mais prolongado, tem também uma casa (com três quartos e cozinha) à disposição.

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A Quinta do Piloto fica à beira do Trilho das Serras e Moinhos, que permite descobrir o Parque Natural da Arrábida. Goncalo Villaverde

Quinta do Piloto
Rua Helena Cardoso, Palmela
GPS: 38.5672, -8.9133
Tel.: 212333030
Web: quintadopiloto.pt
Das 11h às 15h30. Encerra à segunda
Visitas (por marcação prévia) a partir de 10 euros (inclui visita guiada e prova de 4 vinhos); Pão Quente na Quinta, domingos, 10 euros.

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