Banco de Portugal mais optimista vê economia a crescer acima de 2% até 2025

Banco central reviu previsão de crescimento deste ano de 1,8% para 2,7% e, para os anos seguintes, acredita que mercado de trabalho e exportações fortes vão continuar a ajudar.

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Mário Centeno, governador do Banco de Portugal LUSA/ANDRÉ KOSTERS
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Depois do resultado acima do esperado no primeiro trimestre, o Banco de Portugal está à espera de um abrandamento da economia no resto deste ano, mas, ainda assim, a continuar a expandir-se e a assegurar uma variação do PIB anual de 2,7% em 2023, com crescimentos acima de 2% nos dois anos seguintes, valores que ficam bem acima daquilo que a autoridade monetária previa há três meses.

No Boletim Económico de Junho publicado esta sexta-feira, o Banco de Portugal actualiza as suas projecções para a economia portuguesa e o tom é, em comparação com o que tinha feito em Março, de maior optimismo. Para este ano, a previsão de crescimento passou dos 1,8% de Março para 2,7% agora.

É um valor que fica ligeiramente acima das previsões, também recentemente revistas em alta, da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

A principal explicação para esta previsão mais favorável está no resultado obtido pela economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano – um crescimento em cadeia de 1,6% e que ainda não era conhecido quando o Banco de Portugal apresentou as suas anteriores projecções em Março passado. Nesses três meses, “a economia cresceu acima do esperado”, reconhece agora o banco central e isso faz com que um crescimento acima de 2% no total do ano se tenha tornado praticamente inevitável.

Para além disso, apesar de não estar à espera que a economia mantenha, nos últimos noves meses do ano, o mesmo ritmo elevado dos três primeiros meses, o banco central acredita que há condições para que, mesmo no actual cenário de subida de taxas de juro, a actividade económica se continue a expandir. O banco espera uma variação do PIB em cadeia de 0,3% no segundo trimestre e de 0,5% nos dois trimestres seguintes. O resultado final será um crescimento de 2,7% no total do ano, acima dos 1,8% previstos pelo Governo no Programa de Estabilidade que apresentou em Abril.

O Governo ainda não reviu as suas estimativas desde que foram conhecidos os dados do PIB do primeiro trimestre, em que a economia beneficiou especialmente da evolução das exportações de serviços, em que se inclui o turismo, mas o ministro da Economia, António Costa Silva, já afirmou que o crescimento anual pode até vir a superar a barreira dos 3%.

Para os anos seguintes, o Banco de Portugal também reviu as suas previsões em alta. Para 2024 antevê agora um crescimento de 2,4%; e, para 2025, de 2,3% – quando em Março não esperava mais do que crescimentos de 2% nos dois anos.

O Banco de Portugal explica que, “no caso da procura interna, esta revisão é favorecida por perspectivas de maior crescimento do rendimento disponível real, com a manutenção de dinamismo no mercado de trabalho, enquanto no caso das exportações reflecte ganhos de quota adicionais nos serviços, em linha com a evolução recente”.

A entidade liderada por Mário Centeno está à espera que, depois de uma subida de 6% para 6,8% este ano, a taxa de desemprego estabilize em torno dos 6,7% nos dois anos seguintes. Já no que diz respeito à inflação, a previsão é agora de 5,2% este ano (o que compara com a estimativa de 5,5% feita em Março) com uma descida progressiva para 3,2% e 2,1% em 2024 e 2025, respectivamente.

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