A morte de centenas de aves selvagens ao longo da costa mexicana do Pacífico foi provavelmente causada pelo fenómeno climático El Niño, disseram as autoridades locais na quinta-feira, numa altura em que o país e os oceanos circundantes enfrentam uma intensa onda de calor.
Cerca de 300 aves selvagens de várias espécies foram encontradas mortas durante o fim-de-semana ao longo das costas dos estados ocidentais mexicanos de Chiapas, Oaxaca, Guerrero, Michoacan, Jalisco, Sonora e Baja California Sur.
As autoridades suspeitaram inicialmente de gripe aviária, mas um esforço conjunto dos ministérios da Agricultura e do Ambiente do país concluiu que a razão mais provável era o aquecimento dos oceanos resultante do El Niño.
Este fenómeno natural periódico, que dura entre meses e anos, aquece o Oceano Pacífico, provocando ciclones tropicais, inundações e chuvas em todo o continente americano e noutros locais.
No início deste mês, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) declarou que está em curso um El Niño, após três anos dominados pelo padrão La Niña, mais frio.
Os cientistas afirmam que este ano parece particularmente preocupante, uma vez que, associada às alterações climáticas, a actual fase deverá fazer com que o mundo enfrente temperaturas recorde.
Com as águas mais quentes, os peixes tendem a nadar mais baixo em busca de águas mais frias, o que impede as aves marinhas de caçarem com sucesso o seu alimento, afirmaram os ministérios num comunicado.
As aves marinhas também foram encontradas mortas nas costas do Peru e do Chile, segundo as autoridades mexicanas.
Pelo menos seis pessoas morreram no México em consequência do calor intenso desta estação quente, segundo dados recentes do Ministério da Saúde. O país está enfrentando uma onda de calor com temperaturas que ultrapassam 43 graus Celsius em algumas partes do país.