Cansados e sem esperança, as fotos dos licenciados chineses só dizem: desisto

Prestes a entrar no pior mercado de trabalho para jovens de que há registo na China, as fotografias de fim de licenciatura mostram-nos literalmente no chão.

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Espera-os o pior mercado de trabalho para jovens de que há registo na China Radii/DR
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Em vez de atirarem capas ao ar ou posarem sorridentes com familiares, os finalistas chineses estão a fotografar-se literalmente no chão.

Prestes a entrar no pior mercado de trabalho para jovens de que há registo na China, as imagens virais mostram os recém-licenciados deitados no chão ou a deitarem o diploma ao lixo. Outros escreveram em cartazes as áreas em que são formados e foram para a rua, à espera de alguém que os contrate.

O desemprego jovem na China atingiu um recorde de 20,4% em Abril, e um novo máximo de 11,58 milhões de estudantes universitários terminam agora o curso, estima o instituto nacional de estatística. O que os espera é uma economia assente na indústria transformadora e desfasada das aspirações de quem conclui um grau superior em áreas populares como tecnologia, educação, imobiliário e finanças.

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Radii/Twitter

“Os empregos que estão a ser criados são predominantemente em áreas que não exigem formação superior, como a restauração e o turismo”, disse Chim Lee, analista da Economist Intelligence Unit, à Reuters, no início do mês. Nos meios de comunicação estatais, o Presidente chinês, Xi Jinping, pediu aos jovens que “arregacem as mangas”.

As fotos de licenciados derrotados, virais nas redes sociais, acompanham um movimento que ficou popular nas sociedades altamente competitivas da China e Coreia do Sul. Em vez de lutarem pelo horário “996” (que consiste em trabalhar das 9h às 21h, seis dias por semana) os jovens pouco esperançosos estão a optar por “lying flat”: não casam, não têm filhos, não compram casa e não perseguem um trabalho de rendimentos altos.

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