MAI admite ainda vir a ter os 72 meios aéreos de combate a incêndios em 2023

É preciso aguardar pelo dia 1 de Julho, altura em que pode vir a ser anunciado o número definitivo de meios aéreos, disse ministro José Luís Carneiro.

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Estão em curso procedimentos administrativos relacionados com matérias concursais Daniel Rocha

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, admitiu esta quarta-feira que Portugal ainda pode vir a dispor, este ano, de 72 meios aéreos de combate a incêndios. Mas ainda é preciso aguardar pelo final de "procedimentos administrativos".

"Se correr como temos previsto vamos ter mais meios [do que em 2022] e talvez, como me foi transmitido ainda hoje pelo Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, tenhamos condições de chegar a esse objectivo que é o de termos os 72 meios aéreos", disse aos jornalistas José Luís Carneiro.

Apresentada em Abril, a Directiva Operacional Nacional, que estabelece o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para 2023, apontava para a existência de 72 meios aéreos no período de 1 de Junho a 30 de Setembro.

O ministro da Administração Interna insistiu em que é "preciso aguardar ainda por alguns procedimentos administrativos relacionados com matérias concursais" para que seja cumprido o objectivo sobre o número de meios aéreos disponível para combate aos fogos.

De acordo com o governante, é preciso aguardar "pelo dia 1 de Julho", altura em que pode vir a ser anunciado o número definitivo de meios aéreos. José Luís Carneiro aludiu também às recentes dificuldades na obtenção dos aparelhos: "Nós preparamo-nos para, no mínimo, termos os mesmos meios aéreos de 2022 (...). Como se sabe, os países do norte da Europa não tinham necessidade de meios aéreos porque desconheciam os fogos florestais. Desta vez, como se vê, por exemplo, na Alemanha, os países do norte da Europa foram também ao mercado comprar meios aéreos, o que os tornou mais escassos", afirmou.

Por outro lado, justificou, a guerra na Ucrânia fez aumentar "significativamente" o preço dos aparelhos de combate a incêndios: "Devido ao aumento de preços, os concursos internacionais mostraram que os valores de mercado estavam muito acima daquilo que foram os preços de 2021".

José Luís Carneiro falava no Aeródromo de Trânsito n.º1 de Figo Maduro, Lisboa, na altura em que assistia à partida dos 140 operacionais que constituem a Força Nacional Conjunta que vai ajudar a combater os fogos no Canadá.

Questionado sobre a crise política em Espanha, com a marcação de eleições antecipadas para o dia 23 de Julho, o ministro disse que os esforços de cooperação em caso de incêndios graves "em nada sairão beliscados".

"As instituições, independentemente dos governos, têm mecanismos de cooperação estruturados e duradouros para que a cooperação se estabeleça no quadro das relações de Estado a Estado e não estarem dependentes dos governos que momentaneamente desempenham as suas funções", frisou.

Sobre a cooperação com Espanha nesta área, o ministro da Administração Interna referiu ainda que a aprovação da candidatura portuguesa no Mecanismo Europeu de Protecção Civil para a obtenção de dois meios aéreos de combate a fogos financiados pela União Europeia contou com o apoio de Madrid.

Tratam-se de meios aéreos que "ficaram de ser pré-posicionados" em territórios que possam também contribuir para apoiar a Península Ibérica, como Castelo Branco.