Incêndios: Portugal foi o segundo país europeu mais afetado em 2022

Última época de incêndios florestais foi a segunda pior desde 2000 na União Europeia, com mais do dobro da área do Luxemburgo ardida durante os meses de Verão.

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As perdas causadas pelos incêndios atingiram, no ano passado, pelo menos dois mil milhões de euros na Europa LUSA/PAULO CUNHA

Portugal foi o segundo país europeu mais afectado pelos fogos florestais em 2022, com 153 incêndios a queimarem uma área de 949 quilómetros quadrados, revela um relatório divulgado esta quarta-feira pela Agência Europeia do Ambiente.

Espanha, com uma área ardida de 2.754 km2 correspondente a 208 incêndios de 30 ou mais hectares, foi o país com o pior registo, tendo França ficado em terceiro lugar com 74 fogos florestais que destruíram uma área de 465 km2.

O mesmo estudo estima que a Península Ibérica vai registar um "aumento acentuado" do número de dias com elevado perigo de incêndio, num cenário de alterações climáticas com elevado número de emissões de dióxido de carbono.

Em Portugal e Espanha, o número de pessoas que vivem perto de terrenos selvagens e que estão expostas a níveis de perigo de incêndio elevados a extremos durante pelo menos dez dias por ano aumentaria em 15 milhões (24%) no cenário de aquecimento global de 3°C até ao final do século.

A agência regista ainda que a época de incêndios florestais de 2022 foi a segunda pior desde 2000, com mais de cinco mil km2 (o dobro da área do Luxemburgo) ardidos durante os meses de Verão (Junho, Julho e Agosto) e uma área recorde de sítios de protecção da natureza da Rede Natura 2000 afectados.

As perdas causadas pelos incêndios atingiram, no ano passado, pelo menos dois mil milhões de euros na Europa e as emissões de dióxido de carbono na União Europeia (UE) e Reino Unido, entre 1 de Junho e 31 de Agosto de 2022, são estimadas em 6,4 megatoneladas - o valor mais alto desde 2007.

Os fenómenos extremos relacionados com o tempo e o clima causaram perdas económicas estimadas em 560 mil milhões de euros na UE entre 1980 e 2021, dos quais apenas 170 mil milhões (30%) estavam cobertos por seguros.

No mesmo período, quase 195 mil mortes foram causadas por inundações, tempestades, vagas de calor e de frio, incêndios florestais e deslizamentos de terras na UE.