Quase 400 pessoas detidas na UE por suspeitas de terrorismo no ano passado
Número de ataques terroristas no continente europeu aumentou em 2022, sobretudo os que foram atribuídos a grupos de extrema-esquerda ou anarquistas, segundo a Europol
No ano passado, houve 28 ataques terroristas na União Europeia, a maioria dos quais foi atribuído a grupos de extrema-esquerda ou anarquistas, de acordo com o relatório anual da Europol. Ao todo, foram detidas 380 pessoas suspeitas de ligação a atentados.
Verificou-se um aumento do número de ataques terroristas nos 27 Estados-membros da UE em relação a 2021, quando foram registados 18 incidentes, mas, ainda assim, manteve-se abaixo das estatísticas de 2020, em que houve 56 atentados.
Entre os 28 ataques reportados, 13 foram bem-sucedidos, enquanto os restantes falharam ou foram prevenidos. A Itália foi o país com maior incidência, com 12 ataques, o dobro dos que foram verificados em França. Seguem-se a Grécia, com quatro, e a Bélgica, com três. Espanha, Alemanha e Eslováquia tiveram um ataque cada.
Segundo o documento, o número elevado de ataques atribuídos a organizações de extrema-esquerda ou anarquistas está relacionado com alterações na forma como as autoridades policiais em vários países catalogam estes incidentes. Apesar de protagonizarem 18 dos ataques elencados, houve apenas 19 detenções de suspeitos com ligações a grupos de extrema-esquerda ou anarquistas.
Em comparação, houve 45 detenções de indivíduos ligados a grupos de extrema-direita e 266 de cidadãos suspeitos de pertencerem ou colaborarem com grupos jihadistas, um dos quais em Portugal.
Ao todo, morreram duas pessoas vítimas de atentados terroristas na UE, em 2022, ambos catalogados como jihadistas.
Os indícios recolhidos pela Europol mostram que “na UE, a filiação em grupos específicos, como o Daesh ou a al-Qaeda, está a tornar-se menos proeminente entre apoiantes do jihadismo”.
O relatório da Europol também revela que vários combatentes estrangeiros provenientes de países europeus se deslocaram para a Ucrânia para combater em ambos os lados da guerra. “A guerra desencadeou reacções entre actores extremistas violentos, sobretudo da ala direita do espectro e, em menos casos, doutras ideologias”, escrevem os autores.