Maior naufrágio na Grécia deste ano faz pelo menos 79 mortos
Até ao momento foram resgatadas 104 pessoas. A Grécia continua a ser uma das principais rotas de entrada na União Europeia para refugiados e migrantes do Médio Oriente, Ásia e África.
Pelo menos 79 pessoas morreram afogadas na manhã desta quarta-feira e dezenas estão desaparecidas depois de um barco sobrelotado com migrantes se ter virado e afundado na costa da Grécia no naufrágio mais mortal do país este ano, disse a guarda costeira.
Uma organização não-governamental europeia de apoio a resgates disse achar que estavam a bordo da embarcação cerca de 750 pessoas. As autoridades gregas não conseguem confirmar os relatos de que a embarcação tinha entre 700 e 750 pessoas a bordo, afirmou o porta-voz do governo interino da Grécia, Ilias Siakantaris, à emissora estatal ERT.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), das Nações Unidas, disse, no Twitter, que as primeiras informações sugeriam que estavam até 400 pessoas no barco.
As autoridades gregas disseram que, até ao momento, tinham sido resgatadas 104 pessoas, mas que ainda não está claro quantas pessoas estavam a bordo quando o navio se afundou.
"Estamos com receio que o número de mortos aumente", disse um funcionário do Ministério da Marinha da Grécia, que falou sob anonimato.
O barco foi visto pela primeira vez na noite de terça-feira pela agência fronteiriça da UE, Frontex, em águas internacionais, a cerca de 80 quilómetros a sudoeste da cidade de Pylos, na costa do Peloponeso, no Sul da Grécia.
Uma embarcação da guarda costeira aproximou-se do barco, que estava a caminho da Itália, e ofereceu assistência. As pessoas a bordo "recusaram receber ajuda e reforçaram o seu desejo de continuar a viagem", disse a guarda costeira.
Mais tarde, o barco virou e afundou-se, o que levou ao início de uma operação de busca e salvamento, que foi complicada por ventos fortes, segundo a emissora pan-árabe Al-Jazeera.
A emissora estatal da Grécia ERT disse que o barco partiu da cidade líbia de Tobruk, que se situa a Sul da ilha grega de Creta, e que a maioria das pessoas a bordo era composta por jovens, na faixa dos 20 anos.
As autoridades gregas não confirmaram imediatamente o porto de partida, mas um funcionário do Ministério de Navegação disse que a maioria das pessoas a bordo era do Egipto, Síria e Paquistão. Os sobreviventes foram levados para a cidade de Kalamata.
A Grécia é uma das principais rotas de entrada na União Europeia para refugiados e migrantes do Médio Oriente, Ásia e África.
A maioria dirige-se para as ilhas gregas a partir da Turquia, mas um número crescente de barcos também realiza uma jornada mais longa e perigosa da Turquia para Itália através da Grécia – uma opção que aumentou desde que o Governo conservador de Kyriakos Mitsotakis adoptou medidas para dificultar a entrada de refugiados.
Este ano, chegaram cerca de 72 mil refugiados e migrantes aos chamados países da linha da frente da Europa (Itália, Espanha, Grécia, Malta e Chipre), segundo dados das Nações Unidas, com a maioria a desembarcar em Itália. A ONU estima que este ano tenham morrido ou desaparecido no mar Mediterrâneo quase mil pessoas.