Maluquices das traduções de português… para português
Não é já altura de nos lermos como escrevemos, sem “traduções” que só aumentam a ignorância em relação às variantes do português?
Não é novidade para ninguém que o português do Brasil é diferente do que se fala e escreve em Portugal. Ora, sendo antiga a convivência entre ambos, é também antigo o mau hábito de tentar adaptá-los, na escrita, quando há livros a cruzarem o Atlântico. Vem isto a propósito de uma colecção de contos infantis brasileiros de que já aqui se falou, publicada pela Tinta-da-China em colaboração com o PÚBLICO (e em parceria com o Instituto Guimarães Rosa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e com a Fundação Calouste Gulbenkian), e que teve no passado domingo sessão de lançamento na Feira do Livro de Lisboa. Prestes a chegar ao quinto volume, que sairá esta sexta-feira (Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato), há-de ter mais cinco a partir de Setembro (como foi ali anunciado) e tem a particularidade de respeitar as edições originais, sem adaptações no texto. O que, se devia ser norma no que toca a obras literárias escritas em português (seja de que país for), é quase uma raridade. Que empobrece, em lugar de enriquecer, o conhecimento das variantes que se têm desenvolvido na língua portuguesa.
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