Clima: fenómenos extremos mataram 200 mil pessoas na Europa desde 1980

Entre 1980 e 2021, morreram 195 mil pessoas por episódios como ondas de calor e inundações. Oito em cada 10 mortes foram provocadas por ondas de calor. Gastaram-se 560 mil milhões de euros na UE.

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Um bombeiro caminha entre as chamas num incêndio florestal perto de Louchats, França, que eclodiu durante uma onda de calor EPA/PHILIPPE LOPEZ / POOL

Os episódios meteorológicos extremos, como ondas de calor e inundações, custaram cerca de 195 mil vidas e perto de 560 mil milhões de euros na Europa desde 1980, segundo a Agência Europeia do Ambiente.

"Os fenómenos meteorológicos extremos, entre os quais ondas de calor e inundações, causaram perdas económicas estimadas em 560 mil milhões de euros na União Europeia entre 1980 e 2021, dos quais apenas 170 mil milhões (30%) foram segurados" e provocou 195 mil vítimas mortais, revelou a Agência Europeia do Ambiente.

A entidade disponibilizou online um novo portal, que reúne os dados mais recentes relativos ao impacto destes eventos. Em Fevereiro do ano passado, o balanço apresentado pela entidade europeia ascendia a 510 mil milhões de euros e 142 mil mortos, entre 1980 e 2020. Em 2021, as inundações na Alemanha e na Bélgica custaram perto de 50 mil milhões de euros.

Na origem da grande variação do número de vítimas está uma alteração na metodologia utilizada em França e na Alemanha, precisou a Agência Europeia do Ambiente. "Para evitar mais perdas, precisamos urgentemente de passar da reacção aos fenómenos meteorológicos extremos (...) a uma preparação proactiva", afirmou Aleksandra Kazmierczak, especialista da Agência Europeia do Ambiente, citada pela agência France-Presse.

As ondas de calor são responsáveis por 81% das mortes e 15% dos prejuízos financeiros. Marcado por uma série de vagas de calor, o verão do ano passado, que ainda não entra nas contas, registou um número de mortes superior ao habitual em toda a Europa.

De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, em Julho do ano passado registaram-se mais 53 mil mortes do que as médias mensais de 2016-2019, nem todas directamente atribuídas ao calor. Espanha registou mais de 4.600 mortes ligadas ao calor extremo entre Junho e Agosto.