Euribor a três meses fixa novo máximo e supera os 3,5%
As taxas fixadas no mercado interbancário têm vindo a antecipar uma nova subida das taxas directoras do BCE, que deverá ficar-se por mais 0,25 pontos.
As taxas Euribor, que estão na base da grande maioria dos contratos à habitação existentes em Portugal, subiram esta terça-feira, com os prazos a três e a seis meses a fixarem novos máximos desde Novembro de 2008. O prazo mais curto superou a barreira dos 3,5%.
De acordo com os dados divulgados pela agência Lusa, a Euribor a três meses ficou em 3,526%, mais 0,048 pontos do que nesta segunda-feira.
A média da Euribor a três meses, que serve de referência para novos empréstimos e para as revisões de contratos com esta taxa a ocorrerem em Junho, subiu de 3,179%, em Abril, para 3,372% em Maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.
A Euribor a 12 meses, actualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, presente em cerca de 40% dos empréstimos, subiu 0,004 pontos para 3,942%. Este valor está ligeiramente abaixo do máximo fixado em 29 de Maio, nos 3,982%.
A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em Abril para 3,862% em Maio, mais 0,103 pontos.
A Euribor a seis meses, presente em cerca de 30% dos contratos existentes, registou um aumento de 0,041 pontos, para 3,794%, um novo máximo de quase 15 anos.
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em Abril para 3,682% em Maio, mais 0,166 pontos.
Os valores actuais das Euribor contrastam com os valores negativos registados em finais de 2021, nomeadamente na Euribor a 12 meses, que atingiu -0,605% em 14 de Dezembro de 2021, mas também nos -0,554% e -0,518% dos prazos a três e seis meses, verificados em 20 de Dezembro de 2021.
As taxas Euribor têm vindo a antecipar uma nova subida das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE).
A próxima reunião do banco central está marcada para esta quinta-feira, esperando-se que a subida se fique em 0,25 pontos, como aconteceu em Maio, o que, a concretizar-se, colocará a taxa de depósitos (referência para o mercado monetário, onde se fixam as Euribor) em 3,50%.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de Fevereiro de 2022, depois de o BCE ter assinalado que iria começar a aumentar as suas taxas de juro directoras, o que veio a confirmar-se em Julho desse ano. Com a subida do custo do dinheiro pretendeu-se limitar a forte subida da inflação na zona euro.
Fixadas no mercado interbancário, através das taxas de juro a que um conjunto alargado de bancos está disponível para emprestar dinheiro entre si, as Euribor, além de servirem de referência para os empréstimos das famílias e empresas, também estão na base de alguns produtos de poupança, como os Certificados de Aforro.