Guterres lança código de conduta para inteligência artificial e contra a desinformação

O secretário-geral da ONU defendeu que é preciso enfrentar o “grave dano global” provocado pela proliferação de ódio e desinformação no espaço digital.

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António Guterres referiu o risco da IA se tornar "um monstro que ninguém seja capaz de controlar" Reuters/THOMAS MUKOYA

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, deu início, esta segunda-feira, à elaboração de um código de conduta para as plataformas digitais visando regular o uso da inteligência artificial (IA) e travar a desinformação e o discurso de ódio online.

Defendendo que o mundo deve enfrentar o "grave dano global" causado pela proliferação de ódio e desinformação no espaço digital, o secretário-geral da ONU apresentou um conjunto de princípios — de implementação voluntária — ​​​​​​​para "governos, plataformas digitais e outras partes interessadas", que posteriormente​​​​​​​​​​​​​​ levarão à criação de um código de conduta.

Para esse código de conduta, Guterres pediu um compromisso de governos e empresas de tecnologia para que se abstenham de apoiar ou amplificar a desinformação e o discurso de ódio e que assegurem um cenário de imprensa livre, viável, independente e plural, com fortes protecções para os jornalistas.

Em relação à IA, o antigo primeiro-ministro português exigiu medidas urgentes e imediatas para garantir que todas as aplicações que usem essa tecnologia sejam seguras, responsáveis e éticas, e que cumpram com as obrigações de direitos humanos.

Guterres reconheceu que criar regulamentações não é um processo fácil, uma vez que a tecnologia evolui a todo o momento, mas frisou que as empresas não podem colocar os lucros acima de tudo.

Para Guterres, a IA tem um "potencial enorme", em campos como educação, ambiente ou saúde, mas há o risco que seja "criado um monstro que ninguém seja capaz de controlar".

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