Jogadoras da Suécia tiveram de mostrar vulva para jogar no Mundial de 2011

Nilla Fischer revelou no livro I didn’t even say half of it que as jogadoras da equipa foram obrigadas a fazê-lo para confirmarem serem do sexo feminino.

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Nilla Fischer
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Nilla Fischer (à esquerda) integrou a selecção sueca de 2001 a 2022 Reuters/HUGO CORREIA
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Não se usaram testes de recolha de saliva ou semelhantes. As jogadoras da selecção feminina da Suécia terão sido obrigadas a mostrar a sua genitália para comprovarem que eram do sexo feminino e então poderem participar no Campeonato do Mundo de 2011, na Alemanha.

As revelações foram feitas por Nilla Fischer no livro I didn't even say half of it (Nem sequer contei metade, em português), citada pelo The Guardian.

"Disseram-nos que não nos devíamos depilar 'lá em baixo' nos dias seguintes e que teríamos de mostrar a genitália aos médicos", escreveu a jogadora.

Ao jornal sueco Aftonbladet, Fischer explicou que o processo — que descreveu como "humilhante" — passava por baixar as calças e a roupa interior e ser observada por um fisioterapeuta que depois dava um "sim" ao médico. E passavam para as jogadoras seguintes.

O médico da selecção sueca em 2011, Mats Börjesson, explicou ao The Guardian que os testes sobre as características sexuais (que não definem obrigatoriamente o género de alguém) foram realizados devido a rumores de que na equipa da Guiné Equatorial existiam duas pessoas com órgãos sexuais masculinos entre as jogadoras da equipa.

As acusações foram feitas em Novembro de 2010 pela Federação de Futebol da Nigéria. Na base dos rumores estaria a força muscular e a habilidade anormal de duas jogadoras da equipa que acabaram por ser suspensas da equipa antes do campeonato.

Duas semanas antes da realização do campeonato, entrou em vigor a política de reconhecimento de género actualmente utilizada, que exige às selecções uma declaração assinada que confirma que todas as jogadoras têm o "sexo correcto".

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