Em Portugal, 47% das empresas fazem reuniões remotas, abaixo da média europeia
A pandemia levou a um aumento do trabalho remoto na União Europeia, onde, em 2022, cerca de 50% das empresas realizavam reuniões remotas. Portugal está abaixo da média europeia.
Cerca de metade das empresas da União Europeia conduziu, no ano passado, reuniões remotas por via online, naquela que é uma das alterações mais visíveis que a pandemia de covid-19 veio introduzir à forma de trabalho. Portugal está próximo, mas ainda aquém, da média europeia, com menos de metade das empresas portuguesas a realizarem reuniões virtuais durante o ano passado.
Os dados foram publicados, esta segunda-feira, pelo Eurostat, que conduziu um inquérito a empresas da União Europeia com pelo menos dez trabalhadores e a trabalhadores independentes sobre a sua utilização de tecnologias de informação. As conclusões mostram que, em média, em 2022, 50% destes inquiridos tinham tido reuniões remotas através da Internet.
Este, conclui ainda o Eurostat, é um resultado directo da pandemia. "A covid-19 alterou os modelos de trabalho e levou muitas empresas a recorrerem a reuniões virtuais para fazerem face à distância física e manterem os seus negócios", pode ler-se na nota divulgada esta segunda-feira.
Ainda assim, a percentagem de empresas que já aderiram a estes modelos varia muito entre os diferentes Estados-membros. De um lado, Suécia, Finlândia e Dinamarca apresentam os níveis mais elevados de adesão às reuniões remotas, com mais de 70% das empresas, em todos estes países, a aderirem a esta ferramenta em 2022, seguindo-se Malta e Irlanda, com mais de 60% em ambos os casos.
Do outro, estão a Bulgária e a Hungria, onde menos de 30% das empresas conduziram reuniões remotas através da Internet em 2022, seguindo-se Roménia, Grécia e Eslováquia, onde a percentagem de empresas que recorre a este tipo de modelo rondou os 30%.
Portugal está a meio da tabela, mas mantém-se abaixo da média europeia, com cerca de 47% das empresas a conduzirem reuniões remotas em 2022. Fica, ainda assim, acima de países como Itália ou França.
O inquérito do Eurostat revela, também, que a maioria das empresas da União Europeia já oferece modelos de teletrabalho, embora, neste caso, não sejam discriminados dados por país. A adesão a este modelo de trabalho é avaliada com base no acesso que as empresas concedem a três tipos de recursos: o sistema de email empresarial, os documentos da empresa e as aplicações e software necessários para o desempenho do trabalho.
No conjunto da União Europeia, em 2022, cerca de 57% das empresas com mais de dez trabalhadores ofereciam acesso remoto a todas estas ferramentas. Considerando apenas o acesso ao email, esta percentagem aumenta para mais de 77% das empresas inquiridas, enquanto no que diz respeito a documentos da empresa (onde se incluem ficheiros, bases de dados, apresentações, gráficos ou imagens) só 65% das empresas permitiam o acesso remoto. Já o acesso remoto a aplicações e software da empresa é aquele que tem menor adesão, com apenas 61% das empresas inquiridas a permitirem-no.