Novak Djokovic vence Roland-Garros e torna-se no maior tenista de sempre

O sérvio conquistou o terceiro título na terra batida parisiense e um inédito 23.º no Grand Slam.

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Novak Djokovic Reuters/CHRISTIAN HARTMANN
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Novak Djokovic é o maior tenista de todo os tempos. Na única lista em que é possível comparar tenistas de diferentes eras, o sérvio é agora o primeiro isolado, com 23 títulos do Grand Slam – distanciando-se de Rafael Nadal, com quem se encontrava empatado desde Janeiro, depois de Djokovic triunfar no Open da Austrália. Aos 10 conquistados no Open da Austrália, sete em Wimbledon e três no US Open, Djokovic juntou um terceiro em Roland-Garros, aquele em que sempre teve mais dificuldade em impor-se.

“Não quero dizer que sou o maior porque sinto que é um desrespeito para com todos os campeões das diferentes eras da nossa modalidade, jogado de uma maneira totalmente diferente do que é jogado hoje. Cada campeão deixou uma enorme marca, um legado, e cimentou o caminho para nós podermos jogar em grandes palcos por todo o mundo”, explicou Djokovic.

“Deixo a discussão do ‘melhor de sempre’ para os outros. Tenho uma grande fé e crença em mim e no que sou capaz de fazer. Este troféu é uma confirmação do nível de ténis que ainda sou capaz de produzir”, afirmou o tenista que já tinha erguido a Taça dos Mosqueteiros em 2016 e 2021.

Com a vitória no derradeiro dia sobre Casper Ruud, por 7-6 (7/1), 6-3 e 7-5, após três horas e 13 minutos, tornou-se no primeiro homem a conquistar, pelo menos, três títulos em cada um dos quatro majors – um feito no ténis mundial só conseguido por Margaret Court, Stefanie Graf e Serena Williams.

A vitória de Djokovic na quarta final masculina de Roland-Garros na Era Open com maior diferencial etário começou a desenhar-se após a conclusão do set inicial, de 82 minutos. O norueguês de 24 anos liderou por 4-1, antes de Djokovic igualar, e, a 5-4 (0-30) passou a dois pontos de o vencer. Contudo e apesar de 18 erros não forçados, o sérvio assinou um tie-break perfeito, sem cometer um único erro. Depois, Djokovic soltou-se, a eficácia do serviço subiu e terminou com 52 winners (37 nos segundo e terceiros sets), incluindo 11 ases, e 20 pontos ganhos em 27 disputados na rede.

“Tinha que ser agressivo. Já não tenho 26 anos, tenho 36, mas com a minha idade o meu corpo reage de forma diferente por isso tenho que ser eu o agressor e controlar o jogo. Nos momentos mais importantes consegui jogar o meu melhor ténis e é isso que levo deste encontro”, resumiu após conquistar o 94.º torneio na carreira, igualando Ivan Lendl e tendo só à sua frente nessa lista Jimmy Connors (109) e Roger Federer (103). Com esta vitória, a que corresponde um prémio monetário de 2,3 milhões de euros, Djokovic garantiu igualmente o regresso ao primeiro lugar do ranking mundial, que irá ocupar pela 388.ª semana, estendendo o recorde e distanciando-se de Federer (310 semanas) e Nadal (209).

“Sempre me comparei com eles porque são os meus maiores rivais; eles definiram-me como jogador. Inúmeras horas a pensar no que necessitava para vencê-los nos maiores palcos, foram só esses dois que ocuparam-me a mente nos últimos 15 anos. No sentido profissional”, frisou Djokovic, que recebeu a Taça dos Mosqueteiros das mãos de Yannick Noah – 40 anos depois do seu triunfo, o último de um francês no torneio individual masculino.

Na entrega de prémios, fez um discurso inspirador para os mais jovens: “Sonhei uma vez em ganhar Wimbledon e ser campeão no Grand Slam e, uma coisa é certa, creio que tive nas minhas mãos o poder de criar o meu destino. Vivam o presente, esqueçam o passado, o futuro irá chegar, mas se queres um melhor futuro terás que criá-lo, tomá-lo nas tuas mãos e acreditar nele.”

Ruud vai manter o quarto lugar do ranking após perder a terceira final nos últimos cinco torneios Grand Slam realizados. Nesse período, perdeu igualmente as finais dos Masters 1000 de Miami e das ATP Finals, ambas no ano passado. Desde Julho, o único título conquistado foi no Millennium Estoril Open.

“Os três jogadores que defrontei foram Rafa, que procurava o 22.º título, depois o Carlos [Alcaraz] que estava ‘on fire’ em Nova Iorque e agora o Novak, à conquista do 23.º. Não vou estar aqui com desculpas e, um dia, vou tentar apontar a um título do Grand Slam; é o meu maior objectivo, o maior sonho na minha carreira e na minha vida”, revelou Ruud.

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