“Como é que eu vou pedir ajuda a um hospital, se o abuso acontece no hospital?”

O impensável para qualquer vítima de violência sexual acontece e não é pouco frequente em Portugal: sofrer abuso no local onde se deveria sentir mais segura — num hospital ou num consultório médico

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Joana F. bastos
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Deixou as urgências à pressa, mas em esforço, com passos miúdos. Ainda fizeram com que assinasse um termo de responsabilidade e saiu porta fora. Não conseguia ficar mais um segundo que fosse ali. Há dois meses, estava Manuela deitada numa maca das urgências de um hospital público da região centro por causa de uma hipotermia — Manuela é imunossuprimida —, quando reconheceu a voz do enfermeiro que a violou, tinha ela 16 anos.

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