Dessalinizadora em Albufeira pode produzir um terço da água que as cidades do Algarve precisam
Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) refere que a dessalinizadora que será construída em Albufeira “pode chegar a produzir um terço das necessidades de água no ciclo urbano” da região.
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) congratulou-se nesta quinta-feira com a proposta do Governo de construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, Algarve, que pode produzir um terço das necessidades urbanas de água na região sul.
"É o passo que esperávamos", disse António Miguel Pina, acrescentando que "uma dessalinizadora que pode chegar a produzir um terço das necessidades de água no ciclo urbano da água" no Algarve "é um seguro já com uma boa taxa de cobertura".
O Governo vai propor a construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, Algarve, e quer abrir o concurso até ao final do ano, anunciou na quarta-feira o ministro do Ambiente e Acção Climática, Duarte Cordeiro.
"Segundo os estudos realizados pela Águas de Portugal e que serão entregues para a avaliação de impacte ambiental, o local onde vamos propor a instalação da dessalinizadora é o concelho de Albufeira", disse o ministro na Assembleia da República, em Lisboa, durante um debate sobre a água.
O projecto para instalar uma dessalinizadora no Algarve, financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), foi alterado para poder produzir até 24 hectómetros cúbicos e ter maior capacidade que a inicialmente prevista, segundo anunciou o ministro do Ambiente em Janeiro.
Na mesma altura, Duarte Cordeiro destacou que o PRR "é muito ambicioso, tem várias obras" e muitas entidades envolvidas, mas salientou que o programa "está em curso" e que estão a ser dados "passos firmes" para avançar com essas obras, sendo um dos projectos "mais famosos e mais conhecidos" a dessalinizadora prevista para aumentar a disponibilidade de água na região do Algarve, uma das mais afectadas pela falta de chuva e a seca.
António Miguel Pina, que também é presidente da Câmara de Olhão, fez uma analogia com o sector segurador para sublinhar que "em períodos de seca prolongada, como estamos agora a assistir, teremos um seguro maior" com a construção da dessalinizadora.
Leia mais sobre dessalinização:
- Infografia sobre dessalinização: como se transforma o mar em água potável?
- Cientistas portuguesas extraem minerais valiosos da salmoura que ninguém quer
- Transformar água do mar tem custos, mas este é “o momento certo” para o fazer
- Dessalinizar a água do mar pode salvar-nos da seca? Em Porto Santo já se faz, no Algarve está a caminho
O autarca socialista sublinhou o "trabalho muito grande" feito pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a empresa que realizou o estudo de impacto ambiental e que permitiu tomar a decisão sobre a localização da futura unidade de produção de água a partir da água salgada.
"Agora aquilo que se espera é que se chegue rapidamente ao projecto de execução e que, como disse o senhor ministro, a obra seja posta a concurso" rapidamente, acrescentou António Miguel Pina.
O autarca desvalorizou o impacto do preço mais caro da produção de água na nova dessalinizadora: "Não tem expressão", disse. Segundo o dirigente regional, os estudos feitos inicialmente estimavam que o custo adicional da água produzida desta forma rondava os 10 cêntimos de euro por metro cúbico.