OMS adopta certificado digital covid-19 da União Europeia como possível boletim de vacinas
O sistema pode vir a ser usado como a base para um novo boletim digital de vacinas. A missão é estabelecer um sistema que facilita a mobilidade global e protege contra futuras ameaças à saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma parceria com a Comissão Europeia para alargar a todo o mundo o certificado digital covid-19 da União Europeia (UE), prevendo futuros usos, como um boletim "amarelo" de vacinas digitalizado.
Numa nota de Bruxelas, divulgada esta segunda-feira, o executivo comunitário dá conta de uma "parceria histórica no domínio da saúde digital" com a OMS, dado que a organização adoptará o certificado digital da UE para a covid-19, em vigor desde 2021.
A ideia é "estabelecer um sistema global que ajudará a facilitar a mobilidade global e a proteger os cidadãos de todo o mundo contra as ameaças à saúde actuais e futuras", acrescenta a instituição. Será seguido o modelo do certificado digital da covid-19 que inclui o nome do cidadão, a data de nascimento e um código de QR (uma espécie de código de barras) que assegura a autenticidade do certificado e pode ser lido em qualquer país da União Europeia. Pensando na privacidade, o documento foi criado para funcionar com o mínimo de dados possíveis.
Este sistema será o primeiro passo da Rede Mundial de Certificação Digital em Saúde da OMS, que desenvolverá produtos digitais para todos.
"Esta parceria trabalhará no sentido de desenvolver tecnicamente o sistema da OMS com uma abordagem faseada para abranger casos de utilização adicionais, que podem incluir, por exemplo, a digitalização do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia", aponta a Comissão Europeia na nota à imprensa.
O primeiro elemento do sistema global da OMS deverá estar "operacional em Junho de 2023", sendo progressivamente desenvolvido nos próximos meses, conclui Bruxelas.
A Comissão Europeia e a OMS "trabalharão em conjunto para incentivar a máxima aceitação e participação a nível mundial", sendo "dada especial atenção às oportunidades equitativas de participação para os mais necessitados, os países de baixo e médio rendimento".
O certificado, que comprova a testagem (negativa), vacinação ou recuperação do vírus SARS-CoV-2, entrou em vigor na União no início de Julho de 2021.