Ministro da Educação diz que greves dos professores comprometem escola pública

Ministério aguarda decisão do Tribunal Arbitral ao pedido de serviços mínimos durante as greves decretadas para durante os exames nacionais e as avaliações finais.

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João Costa: "É a essência da escola pública que está a ser posta em causa" Nuno Ferreira Santos

O ministro da Educação, João Costa, afirmou neste sábado que as greves dos professores decretadas para durante os exames nacionais e as avaliações finais colocam em causa a escola pública.

"Desejamos é que o ano lectivo termine com uma tranquilidade que é devida a todos os alunos, até porque nós já estamos a chegar a um momento em que os que estão a ser mais prejudicados são aqueles que dependem mesmo da escola pública, são os que não têm dinheiro para pagar explicações, são os que não têm outros estímulos. É a essência da escola pública que está a ser posta em causa por estas greves sucessivas", disse João Costa à agência Lusa.

O ministro da Educação, que falava à margem da final do concurso do Plano Nacional de Leitura, em Torres Vedras, aguarda uma decisão do Tribunal Arbitral ao pedido de serviços mínimos durante a greve.

"É fundamental entendermos que este período de conclusão do ano lectivo, de conclusão das avaliações é um período muito crítico para o futuro", sublinhou.

Questionado sobre as compensações pedidas pela Confederação Nacional das Associações de Pais, João Costa respondeu que está a equacionar "prorrogar algumas das medidas mais eficazes do plano de recuperação das aprendizagens", tendo em conta não apenas as greves, mas "um período continuado de prejuízo das aprendizagens".

Sobre o processo negocial com os sindicatos representativos dos professores, o ministro da Educação reiterou que "o Governo tem dado passos importantes na valorização da carreira dos professores", adoptando medidas que ascendem a 300 milhões de euros.

"Queremos agora é que estas medidas entrem em vigor em pleno e os professores sintam o impacto destas medidas nas suas vidas", sublinhou, dando como exemplos os descongelamentos da carreira e os consequentes aumentos salariais de milhares de professores, assim como a valorização remuneratória dos docentes contratados.

Ainda assim, afirmou, "há matérias para negociar", dando como exemplos a monodocência e a regularização da situação profissional de assistentes técnicos e técnicos especializados das escolas, "que em muitos casos vivem em situações de precariedade ou têm também uma situação salarial que é bastante insuficiente".

Na sessão de abertura da final do concurso do Plano Nacional de Leitura, o governante apelou para a leitura por parte dos jovens e respectivas famílias, considerando que não há crescimento nem desenvolvimento se uma população não lê.