À procura do chapéu

Talvez ninguém descubra o papel dentro do forro, por isso o escondi ali.

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Quando o Enguia chegou para abrir a taberna, estava um Ford Anglia estacionado à porta. O professor Espinosa esbracejava, impaciente, ontem esqueci-me do chapéu, disse, deve estar lá dentro, não viu o meu chapéu? Não, disse o Enguia, ontem a minha senhora limpou o estabelecimento e não vimos nada, se ela tivesse encontrado um chapéu, ter-me-ia dito. Talvez não tenha reparado ou não tenha ligado ou tenha arrumado algures, insistiu o professor, posso dar uma vista de olhos? Entre, respondeu o Enguia. O professor olhou em volta, acocorou-se para espreitar debaixo das mesas, arrastou algumas cadeiras, nada, olhou para o parapeito da janela, posso ver atrás do balcão?, perguntou. Também não encontrou o chapéu por trás do balcão. Começou a praguejar.

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