Mercado automóvel acelera apesar da inflação, mas a recuperação é lenta

Maio é o terceiro mês com mais de 40% de aumento homólogo face ao ano passado. Mas o mercado total ainda está mais de 16% abaixo de 2019.

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A Peugeot, cujo grupo explora uma fábrica em Mangualde, segura a primeira posição do mercado nacional de ligeiros (passageiros e mercadorias) Nelson Garrido (arquivo)
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A compra de carros novos disparou em Maio, face ao cenário de há um ano, mostrando que a subida de preços não está a afectar assim tanto o comportamento dos consumidores. Os números da ACAP (Associação Automóvel de Portugal), relativos a Maio, mostram que o número de novas matrículas subiu 40,4% em termos homólogos, a segunda maior subida deste ano, o que no entanto é insuficiente para que o mercado nacional em 2023 recupere os números que tinha antes da pandemia.

Face a 2019, os números de Janeiro a Maio de 2023 ainda ficam 16,4% abaixo. Em Abril, a diferença entre 2019 e 2023 era de 16,8%. Ou seja, crescimentos mensais vincados estão a traduzir-se apesar de tudo numa lenta recuperação da enorme retracção que a venda de carros registou em Portugal desde 2020.

Ainda assim, Maio foi o terceiro mês deste ano com uma subida homóloga acima dos 40% (nos outros dois meses, o crescimento homólogo também foi bem acima dos 30%). Estes dados sugerem que, apesar da inflação, apesar dos preços mais caros nas marcas, os compradores não estão a fugir.

Parte da explicação pode estar na retoma das compras por parte das empresas de rent-a-car, cujo negócio anda a par do turismo, actividade que tem batido recordes em 2023.

Em números gerais, em Maio de 2023 foram matriculados 22.672 veículos automóveis, dos quais 19.816 são ligeiros de passageiros, 2244 são ligeiros de mercadorias e 612 são pesados.

Desde o início do ano, ultrapassou-se finalmente em Maio as 100 mil matrículas, com 101.510 novos registos. Destes, 47,1% são o que a ACAP designa automóveis de energias alternativas. Cabe neste bolo 15,6% de eléctricos, 11% de híbridos plug-in, 15,8% de híbridos convencionais e 4,7% de outras energias (como o GPL).

No principal mercado, o dos ligeiros, a Peugeot (que tem fábrica em Mangualde) continua líder nacional, tanto nos ligeiros de passageiros como nos de mercadorias. A Renault está em segundo lugar no total nacional e a Volkswagen é terceiro no ranking de vendas, à frente de Dacia e Mercedes, BMW e Toyota. Citroën, Opel e Ford completam a tabela das dez marcas com mais novas matrículas desde Janeiro.

Actualização às 19h46: Título original foi alterado

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