José Guerreiro é o novo presidente do IPMA

Entre os vários cargos públicos que teve, o biólogo José Guerreiro foi secretário de Estado do Ambiente no final da década de 90, num dos governos de António Guterres.

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José Guerreiro, ex-secretário de Estado do Ambiente, é o novo presidente do IPMA Rui Gaudêncio
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O biólogo José Guerreiro é o novo presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), seguindo-se ao geofísico Miguel Miranda, que desempenhou estas funções durante uma década. O novo presidente do IPMA visitou nesta quinta-feira de manhã as instalações do instituto em Lisboa, um dos laboratórios do Estado.

José Guerreiro é professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), no Departamento de Biologia Animal, e também investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (Mare). Licenciado em biologia e doutorado em ecologia e biossistemática, os seus interesses em termos de investigação científica têm-se centrado nas áreas de política e governança do ambiente e do mar.

É também professor de assuntos do mar no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. É ainda professor em África, na Universidade Agostinho Neto (Angola) e na Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique).

Já ocupou vários cargos públicos. José Guerreiro foi secretário de Estado do Ambiente entre 1997 e 1999, quando Elisa Ferreira era a ministra do Ambiente, no primeiro governo socialista de António Guterres. Na altura, a tutela do Instituto de Meteorologia (que viria a dar origem ao actual IPMA) e do Instituto da Conservação da Natureza, por exemplo, cabia ao Ministério do Ambiente. Foi também director-geral do Ambiente e bastonário da Ordem dos Biólogos.

Miguel Miranda, que fez 70 anos no último domingo, deixou a presidência do IPMA e deu na sexta-feira a sua lição de jubilação na FCUL, onde é professor catedrático, dedicada ao tema da ciência na política e à importância do renascimento das ciências naturais.

Miguel Miranda esteve à frente do IPMA desde a sua criação em 2012, que juntou as áreas da atmosfera e do oceano com a fusão do Instituto de Meteorologia e do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (Ipimar), dois laboratórios do Estado. “O que nós demonstrámos no IPMA, nestes dez anos, é que pode haver uma capacidade técnica própria que apoia a economia, que apoia as decisões de uma forma completamente aberta e transparente. Tive a oportunidade de traçar um plano, executá-lo, ter muita chatice, mas não ter nenhuma pressão. Nunca fui conduzido a nenhuma decisão que não quisesse”, disse Miguel Miranda em entrevista ao PÚBLICO. “As nossas organizações não são organizações do governo, são organizações do Estado. Estamos aqui para responder aos cidadãos.”

É a passagem de testemunho de uma década à frente do IPMA que José Guerreiro aceita agora, num instituto presente em todo o país, com 600 funcionários, incluindo à volta de 100 investigadores.

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