PCP questiona vitalidade da economia e desafia Governo a subir salários e pensões

Comunistas consideram que a economia continua a abrandar e que os preços continuam a subir e acusam o executivo de estar submisso aos “interesses dos grupos económicos”.

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Duarte Alves é deputado do PCP MANUEL DE ALMEIDA
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Ao contrário dos socialistas, que se congratularam esta quarta-feira com a descida dos preços dos alimentos e da taxa de inflação para 4% em Maio — informação divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística —, o PCP considera que "os números não iludem a fragilidade económica" do país. Mas desafia o Governo a aumentar salários e pensões.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado Duarte Alves sustentou que os mais recentes dados económicos "demonstram que não há nenhuma razão que impeça o Governo de aumentar salários e pensões", uma medida que, defende, é "absolutamente necessária neste momento".

"O Governo só não o faz porque continua uma política de submissão aos interesses dos grupos económicos" com a "convergência dos partidos à direita", acusou.

Ainda assim, o parlamentar refreou o optimismo dos socialistas, lembrando que "continuam a aumentar os preços" e que estando a taxa de inflação nos 4%, em Maio, "muito dificilmente vamos chegar ao fim do ano com uma inflação inferior a 5%". "Se assim for, estes 5% somam-se aos 8% de inflação de 2022, o que significa o empobrecimento geral da população", defendeu.

Embora reconhecendo que houve um "aumento de exportações" por causa do "turismo", Duarte Alves argumentou ainda que o "crescimento económico continua em trajectória de desaceleração" devido à "contracção do mercado interno" e à "quebra do investimento público e privado". "Estes números não iludem a fragilidade económica que o país enfrenta", vincou.

O deputado defende, por isso, que o Governo deve adoptar "medidas para um crescimento mais sustentado que permita o desenvolvimento económico do país". Tais como: "Medidas que combatam a especulação", "que promovam a valorização dos serviços públicos" e "da produção nacional" e uma "política fiscal mais justa", que passe por contrariar a política de aumento de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e controlar os preços dos bens essenciais para que "baixem efectivamente".

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