Sacos de plástico para frutas e legumes vão ser pagos. Que alternativas existem?

Reutilizar os sacos que já existem por casa ou fazer os próprios sacos pode ser uma boa ajuda para economizar nas compras, contribuindo também para a redução de plásticos descartáveis no ambiente.

Foto
Os sacos de plástico e cuvetes iriam ser proibidos a partir de 1 de Junho, mas Governo recuou e permitirá a utilização destes sacos de plástico (desde que sejam pagos pelo consumidor) Karolina Grabowska/PEXELS
Ouça este artigo
--:--
--:--

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Os sacos de plástico ultraleves e transparentes utilizados para embalar frutas, legumes e pão passarão a ser cobrados aos consumidores pelos supermercados e outros estabelecimentos comerciais em breve. A lei que entraria em vigor nesta quinta-feira, 1 de Junho de 2023, proibindo o uso destes sacos de plásticos foi revogada, dando lugar a uma cobrança. Embora a data exacta da sua implementação e o valor a ser cobrado ainda sejam desconhecidos, o Azul seleccionou algumas alternativas à utilização destes sacos de plásticos para o transporte dos alimentos.

Reutilizar os sacos que tem por casa (mesmo de plástico)

Após o início da cobrança de dez cêntimos a sacos de plástico reutilizáveis nos supermercados, em 2015, levá-los consigo tornou-se uma prática comum. Agora, além dos sacos de ráfia ou aqueles mais resistentes que podem ser reutilizados algumas vezes, é recomendável também ter (pelo menos) um saco para as frutas e legumes. O material pode ser de papel (ainda que seja menos prático para várias utilizações), tecido ou até mesmo plástico, desde que já esteja na posse do consumidor, pois o objectivo é fazer bom uso dele e evitar a compra de um novo sempre que possível.

No contexto da reutilização, os sacos de plástico não são os vilões, na condição de serem utilizados o máximo de vezes possível e descartados adequadamente quando já não servirem mais o propósito inicial.

Guardar sacos reutilizáveis consigo

Ana Milhazes, influenciadora e fundadora do Lixo Zero Portugal, sugere ter um “kit de reutilizáveis” ao fazer compras. Dele deve constar um saco maior e mais resistente para as compras gerais, com um saco de tecido ou rede para as frutas e legumes. Além disso, Milhazes aconselha ter sempre pelo menos um saco reutilizável na mala ou no carro, para evitar o uso dos sacos plásticos ultraleves que geralmente têm uma vida curta, sendo descartados pouco depois da sua utilização.

Fazer o seu próprio saco com fronhas ou t-shirts velhas

“E se eu não tiver um saco reutilizável em casa?” Não há problema: é possível fazer o seu próprio com tecidos de itens que já utiliza. A professora e influenciadora Rita Tapadinha sugere que se utilize uma fronha ou uma t-shirt antiga para essa finalidade. Existem vídeos disponíveis que mostram o passo a passo de como transformar peças sem utilidade num saco reutilizável. Desse modo, é possível reutilizar materiais que já temos em casa e, assim, não são atribuídos novos gastos ao processo, além de lhes dar um novo uso e poderem ser lavados, quando necessário, com outras roupas na máquina de lavar.

Optar por recipientes reutilizáveis levados de casa

No caso de produtos vendidos individualmente ou a granel que costumam estar mais sujeitos a serem amassados, como certas frutas ou pães, uma alternativa é transportá-los do supermercado para casa em recipientes reutilizáveis que já possuímos em casa, como tupperwares de vidro ou plástico. Optar por embalagens reutilizáveis não apenas contribui para a redução dos sacos de plástico, mas também ajuda a manter a integridade dos produtos.

Pensar se precisa mesmo de um saco de plástico

Muitas vezes, opta-se pelo uso dos sacos de plástico por hábito ou simplesmente porque são oferecidos gratuitamente, mas é importante questionar se eles são realmente necessários. Quando consideramos alimentos como bananas, batatas, cenouras, laranjas e maçãs, é possível notar que a própria rigidez do alimento ou protecção oferecida pela sua casca torna os sacos dispensáveis. Frutas e verduras podem ser colocadas no mesmo saco das demais compras, sem comprometer o seu aspecto e qualidade depois de deixarem o supermercado.

Utilizar sacos de rede

Disponíveis na maior parte dos supermercados são uma alternativa para o uso dos sacos plásticos, principalmente se o material utilizado for algodão. Susana Fonseca, membro da direcção da associação ambientalista Zero, explicou que “o saco de rede é leve, o que faz com que não tenha interferência no peso do que pagamos”. Pode fazer parte do “kit de reutilizáveis” proposto por Ana Milhazes, desde que o consumidor se recorde de levá-lo.

Foto
O saco de pano reutilizável é uma boa alternativa ao de plástico se usado regularmente. Paulo Pimenta

Susana explica que “o saco de pano reutilizável torna-se uma boa alternativa ao de plástico se usado regularmente”, mas reforça que não é necessário comprá-lo, pois entre comprar um item novo e reutilizar algo que já possuímos em casa, como as t-shirts velhas, a segunda é sempre preferível. Ainda assim, convém lembrar que os sacos reutilizáveis têm de ser usados muitas vezes para compensar o seu uso. “Os sacos de rede comprados em grupo nas grandes superfícies exigem que os voltemos a usar para embalar os nossos frescos 952 vezes para compensar o impacto”, lê-se na página da Deco.​

Se não tiver alternativa, usar o mesmo saco

Se não tiver levado o seu saco reutilizável e optar por usar os sacos de plástico ultraleves, tente utilizar o mesmo saco para legumes e frutas ao invés de ter um para cada alimento. Assim, além de evitar o pagamento múltiplo da nova taxa aplicada a esses sacos, reduz o impacto ambiental causados por eles. E tente não o danificar para que possa ser usado novamente após essa primeira utilização.

Texto editado por Claudia Carvalho Silva