Paulo Portas é convidado de Manuel Monteiro em conferência no Instituto Adelino Amaro da Costa
Os dois antigos líderes do CDS vão aparecer juntos pela primeira vez em muitos anos depois de se terem incompatibilizado.
O antigo líder do CDS Paulo Portas é o orador da primeira conferência promovida por Manuel Monteiro, enquanto presidente do Instituto Adelino Amaro da Costa (IDL), um fórum de reflexão ligado ao partido. O momento tem o simbolismo de juntar, pela primeira vez em muitos anos, os dois antigos presidentes do partido que estavam desavindos.
No âmbito do tema “Reflexões sobre uma sociedade justa”, o almoço-conferência realiza-se na próxima terça-feira, dia 6, na sede do IDL em Lisboa, indicou ao PÚBLICO fonte do instituto.
O antigo vice-primeiro-ministro e actual comentador televisivo falará sobre globalização e digitalização. "A globalização é justa? A digitalização é humanista?", são as duas perguntas do almoço-conferência, que é uma iniciativa do IDL promovida por anteriores direcções e a que Manuel Monteiro dá continuidade.
Eleito presidente do IDL por unanimidade em Abril passado, Manuel Monteiro liderou o CDS entre 1992 e 1998 mas acabou por sair do partido em 2003 em ruptura com Paulo Portas, que lhe sucedeu no cargo. Fundou um novo partido, entretanto extinto, e regressou ao CDS em 2020 durante a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.
Depois de ambos terem discursado (embora em momentos diferentes) no congresso do CDS em 2022, que consagrou Nuno Melo na liderança, a eleição de Manuel Monteiro para a presidência do IDL não teve a oposição de Paulo Portas. Agora, os dois antigos líderes vão estar juntos em público, reflectindo uma imagem de pacificação interna considerada necessária dado o momento difícil do partido, que perdeu a representação parlamentar em 2022.
Desde que foi eleito presidente do IDL, Manuel Monteiro promoveu um conjunto de iniciativas ligadas à formação política. Na direcção do instituto, o antigo presidente do partido e professor universitário reuniu muitos dos nomes portistas como Diogo Feio, que liderou a bancada parlamentar, e João Almeida, antigo secretário-geral do CDS.